Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Atos secretos não podem vigorar

Atos secretos não podem vigorar

23/06/2009 Dirceu Cardoso Gonçalves

Os mais de 600 “atos secretos” ou “supersecretos” agora revelados no Senado Federal, para a nomeação de parentes de senadores e figurões e outras inexplicáveis medidas, levam à triste conclusão de que não vivemos num país sério e de que necessitamos de uma urgente reforma moral, de conceitos e procedimentos.

Criado, ainda no império, para funcionar como poder moderador do Estado, o alto parlamento não poderia, jamais, se transformar em palco de safadezas e nebulosidades como as que ultimamente têm sido reveladas em seu bojo. Cadê a tradicional figura política do “pires frio”, de parlamentares experientes e equilibrados, que acalma a “xícara quente” da Câmara, composta por políticos mais jovens e impetuosos? Acabou? Nivelou porbaixo? Ninguém pode se esquecer de que um senador é tão ou maisimportante que um governador de Estado ou o próprio presidente da República. Cada Estado possui apenas três, com mandato de oito anos, eleitos alternadamente para que jamais aquele “poder moderador” se desmonte de vez ou cometa os pecados de uma equipe nova. Mas todo esse cuidado tem se revelado em vão.

Os srs. senadores e seus nomeados têm tratado a tradicional casa legislativa como um balcão de negócios espúrios. Esse dinheiro, que gastaram para nomear irregularmente parentes e apaniguados poderia ter sido aplicado em Educação, Saúde, Segurança e outros insumos básicos à população. Cheira à corrupção, e todo aquele que usufrui benefícios vindos da corrupção, perde a independência para o sagrado exercício do mandato. Pode, até, ser comparado a um quadrilheiro ou a uma contumaz ave de rapina. A gênese da administração pública – e o Senado não foge à regra – está na transparência e publicidade de todos os seus atos. Na medida em que, sob qualquer pretexto essas informações são sonegadas à sociedade, elas deixam de existir juridicamente.

E não existindo, quem delas se beneficiou tem de ser compelido a devolver aos cofres públicos todos os recursos auferidos sob base ilegal, acrescidos de juros, multa e correção. Isso sem prejuízo das sanções àqueles que, detentores de mandatos ou por estes nomeados ou concursados, tenham cometido crime de improbidade administrativa. Espera-se que a comissão presidida pelo senador Heráclito Fortes tenham a força e a liberdade necessárias, para apurar quem são os mandantes e os beneficiários dos atos não divulgados. E que a própria mesa do Senado, mesmo que tenha de “cortar da própria carne”, demita os admitidos irregularmente e abra processos e sindicâncias em relação aos mandantes e executores dessa monstruosidade administrativa.

E, ao mesmo tempo em que o Senado venha a purgar esses erros, não seria demais que os administradores de outras casas legislativas e até do Executivo (federal, estaduais e municipais), devidamente acompanhados pelo Ministério Público, verificassem se, no âmbito de suas jurisdições, também não haveriam “atos secretos” ou “supersecretos”. Seja onde for, toda atividade que envolve repartição e dinheiro público, têm de ser publicadas para que, só a partir de então, entrem em vigor...

*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira