Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Os Invejosos Vomitam Bílis

Os Invejosos Vomitam Bílis

15/10/2009 Fábio P. Doyle

O Nobel da Paz foi dado ao presidente Barack Obama. Os primos pobres espumam de raiva. Mas ele fez por merecer. Afinal, nenhum presidente norte-americano antes dele foi tanto aberto ao diálogo com os belicistas de sempre. O tom ameno de Obama chega a ser ingênuo, como no caso de Honduras. Mas ele é da paz.

INVEJA é uma doença perigosa. Quando toma conta de um organismo, pode ser fatal. Basta lembrar as histórias que envolvem primos pobres e primos ricos. É de chorar. A escolha de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, para receber o Nobel da Paz de 2009, prova isso. Os invejosos vomitaram bílis. Contestam o comité norueguês do Nobel. Dizem horrores do simpático presidente norte-americano. Não o aceitam como um pacificador, digno de receber o título máximo concedido a defensores da paz no mundo. Basta ler os jornais. Não apenas nas páginas de noticiário internacional. Mas nas de opinião. E nas reportagens que têm sido feitas para avaliar a repercussão do prêmio.

QUEM contesta os propósitos pacifistas do afro-americano formado em Harvard, que conquistou nas urnas, democraticamente, a presidência do país - ranjam os dentes, invejosos de plantão - mais poderoso do mundo? Quem mudou os rumos da política internacional de seu país, aquela que advogava a tese de "guerras preventivas"? Quem susteta a tese da "guerra ao terror"através do diálogo, da diplomacia, das medidas preventivas? Diplomacia, diz ele, no lugar da força bélica, diálogo em vez de agressão.

ATÉ em casos considerados perdidos, ou quase, como o do Irã, o da Coréia do Norte. Obama tenta tudo, primeiro, acreditando que vai conseguir mudar o roteiro dos que defendem pontos de vista contrários. O caso dos terroristas que agrediram de forma covarde os Estados Unidos, destruindo as torres gêmeas de Nova York, matando milhares de inocentes, é tratado na Casa Branca com o rigor necessário. Os seguidores dos talibans (ou talebans), de Bin Laden, precisam ser punidos e banidos. De outra forma, voltarão explodir bombas, aviões, prédios, matando os seus ocupantes, sem dó nem piedade. Apenas nesse caso, Obama defende o uso da força, das armas, no combate que precisa ser travado.

O GANHADOR do Nobel da Paz diz, com sinceridade evidente, que foi surpreendido pela decisão do comité que se reune anualmente em Oslo. A surpresa não foi só dele, foi de todos nós. Na verdade, ele está há apenas nove meses na Casa Branca. Seus propósitos pacifistas, suas tentativas de harmonizar os que se confrontam, ainda não alcançaram os resultados que ele espera alcançar. É certo que restabeleceu relações harmoniosas com os novos russos, que assumiram o Kremlin com o objetivo de resgatar o poderio que a ex-União Soviética mantinha nos tempos anteriores a Gorbatchev e a Yeltsin. Apesar disso, o presidente norte-americano, Obama e o presidente russo, Medvedev, e naturalmente Putin, que nos bastidores do Kremlin parece controlar tudo, passaram a se entender bem. E o projeto de defesa do Leste europeu, o escudo anti-míssil planejado por Bush, escudo que os russos entendiam camuflar uma ameaça à sua segurança, foi arquivado por Obama. Prova de seu espírito conciliador, logo pacifista, embora sua decisão envolva riscos que só o futuro poderá desfazer, ou confirmar, torcemos pela primeira opção.

O PRESIDENTE norte-americano recebeu de herança de seu antecessor duas guerras que ainda matam soldados do seu país. Um articulista, desses que tudo o que vem dos Estados Unidos constitui uma ameaça e ma agressão para o resto do mundo, disse, ao criticar o Nobel da Paz dado ao ocupante da Casa Branca, que as guerras, a do Iraque e a do Afeganistão, foram "provocadas por invasões americanas" nos tempos de Bush. Ele falseia os fatos. Bush não mandou tropas para o Iraque e para o território dominado pelos talebans, simplesmente para conquistar novos territórios. O que provocou as duas guerras, a do Iraque e a do Afeganistão, a primeira em fase final, já assegurada por Obama, foi a mencionada agressão aos Estados Unidos. A destruição de dois prédios em Nova York, as Torres Gêmeas, no 11 de setembro de 2001, uma data, uma tragédia, um crime que ninguém jamais esquecerá e perdoará, resultou na morte de milhares de pessoas.

O QUE Bush deveria fazer, como presidente, como guardião da segurança de seu país, em face do ataque cometido pelos terroristas de Bin Laden? Obama herdou as duas guerras, considerou-as inevitáveis diante da agressão praticada, e não se acovardou. Dando continuidade ao plano de retirada das tropas norteamericanas do Iraque, iniciado por George W. Bush, Obama anunciou que até 2011 nenhum marine permanecerá em território iraquiano. Quanto ao Afeganistão, não há como recuar. Bin Laden e seus seguidores, responsáveis pelo atentado de 11 de setembro, deverão ser perseguidos até a rendição ou o extermínio total. Só assim o mundo poderá viver em tranquilidade relativa, pois absoluta, é impossível.

O PRÊMIO dado pelo Comité norueguês ao presidente norte-americano foi justo e merecido. Não apenas pelo que ele já conseguiu fazer, em busca da paz no mundo, mas pelo que ele tenta realizar nesse sentido. Às vezes até com certa ingenuidade, com excesso de boa fé, como nos casos recentes que envolvem a Venezuela e Honduras, com a participação indevida, grotesta e até ridícula do governo e da diplomacia brasileira. Como Washington poderia condenar, por golpismo, um governo que surgiu através do respeito às disposições constitucionais daquele pequeno e pobre país da América Central? Teria sido mal informado, ou informado de forma leviana pela sua assessoria internacional, comandada por Hillary Clinton? Mas o erro já foi corrigido. Até os colunistas e apresentadores de jornais de televisão abandonaram, quase todos, pelo que se percebe, o jargão de "governo golpista" e "presidente golpista", que usavam para se referir ao presidente Micheletti e ao governo hondurenho que substituiu o do amalucado Zelaya. Este sim, defensor de mais um golpe continuista no continente que o venezuelano Chávez, outro alucinado, pretende ter sob seu domínio e comando.

ENFIM, O Nobel da Paz é mais uma vez concedido a um presidente dos Estados Unidos. Os invejosos morrem de raiva. Deixa eles prá lá.

Fábio P. Doyle é Jormalista e Membro da Academia Mineira de Letras. Visite o Blog.

 

 



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira