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Vida espiritual, filosofia, política e economia

Vida espiritual, filosofia, política e economia

25/03/2010 Floriano de Lima Nascimento

Falência do Neoliberalismo foi prevista em 1996.“Ou a humanidade caminha para uma etapa de superação e redenção, ou se verá diante do abismo em que soçobrarão todas as suas esperanças e ideais.”

Filosofia

A Filosofia, estuário de todo o conhecimento humano, sempre foi importante. Costuma às vezes ficar em estado latente, quando uma sociedade deixa de refletir sobre si mesma e se volta para as coisas imediatas. O questionamento feito na esfera filosófica expõe contradições que colocam em cheque as razões de poder e isso costuma desagradar o sistema. Pensar, numa sociedade que, se satisfaz consigo mesma, com o seu hedonismo, a sua alienação, a sua corrupção e a sua violência, é um ato visto com suspeição.

Vida espiritual

O homem, neste final de século, principalmente depois da derrocada das ideologias políticas, tornou-se, mais do que nunca um ser angustiado, partido, dilacerado. Ele já descobriu que nem a filosofia, nem ciência, nem poder, nem riqueza ou fama, são capazes de preencher o seu vazio espiritual. Essas coisas podem seduzir a mente, mas não completam o espírito. Por que a infelicidade é tão comum nas classes que têm maior renda e poder? Porque o vazio é muito grande. O problema das drogas e do alcoolismo é devastador. Muito cedo as pessoas, mesmo aquelas que professam o ateísmo ou buscam refúgio nas superstições, voltar-se-ão para a vida espiritual, porque não há outra saída.

Encontram-se na Bíblia os fundamentos da fé. Quero dizer que depois de descobrir a beleza, a profundidade e a verdade do texto bíblico, passei a achar as propostas da Filosofia muito modestas. A fé pode não ter o charme da filosofia, mas conduz as indagações humanas para muito além do simples cogito filosófico.

Economia

O país está passando da hora de retomar o caminho do desenvolvimento econômico, de acordo com o que está disposto na Constituição da República que, por falar nisso, não menciona em nenhuma parte a palavra “crescimento”.

Crescimento e modernização são coisas meramente quantitativas; desenvolvimento é a melhoria das condições de vida da população nas áreas da saúde, educação moradia, renda, emprego, segurança, etc.

O plano de estabilização em vigor no Brasil foi concebido no governo Itamar Franco para ser ponto de partida e, não, de chegada. A estabilização foi feita como pré-condição para a retomada do desenvolvimento, o que ainda não aconteceu... A globalização da economia é a coisa mais velha do mundo. No século, XIX já se falava no assunto. Os tecnocratas ficaram deslumbrados com o discurso da economia global, mas se prestassem a atenção veriam que os países desenvolvidos estão se fechando cada vez mais em relação aos povos da periferia do mundo. O ressurgimento da xenofobia e do racismo é uma vergonha para esses países. O economista Paul Ormerod escreveu o livro “A Morte da Economia”, no qual já contestava todas as idéias neoliberais. Ele provou, entre outras coisas que: os sistemas econômicos vitoriosos são os dos países europeus, nos quais se registra uma forte presença do estado na economia, sem restringir a liberdade dos nossos cidadãos. Os nossos neoliberais estão completamente equivocados. Por isso, não hesitamos em afirmar que os neoliberais “compraram gato por lebre” (comentário feito no auge do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando o neoliberalismo começou a vigorar no Brasil).

Política

A atividade política está no centro da vida social. Para que a praxis política se transforme no que deve ser é preciso aprimorar o sistema educacional existente, fortalecer o sistema partidário-eleitoral e estimular a formação política do cidadão. Como observador, sempre me voltei para as reflexões na área da Ciência Política, uma disciplina que esteve em voga por alguns anos e que, hoje, foi infelizmente relegada a plano secundário. A atividade política brasileira não pode prescindir dos subsídios fornecidos pelos politólogos.

Conclusão 

As pessoas precisam entender – principalmente os políticos, os empresários e os intelectuais de todos os matizes – que é necessário abandonar concepções antigas e buscar uma perspectiva nova para os problemas humanos. Assistimos, em curto espaço de tempo, ao naufrágio das concepções que moldaram o mundo. Depois de duas guerras mundiais e outras de menor alcance, mas também trágicas, as idéias precisam avançar. Hoje, vivemos sob a ameaça da falência do planeta. E, lamentavelmente, os líderes mundiais estão perdidos, confusos e ainda não sabem o que fazer, como se viu no encontro de Copenhague. Enquanto isso, o aquecimento global avança e ameaça pôr termo à vida na Terra. É chegada a hora de mudar idéias, comportamentos e paradigmas, para assegurar a sobrevivência da espécie. Conseguiremos enfrentar esse desafio? Em nosso entendimento, ou a humanidade caminha para uma etapa de superação e redenção, ou estará diante do abismo em que todas as suas esperanças e ideais soçobrarão.

* Floriano de Lima Nascimento é Editor-chefe de O Debate, escritor e professor de Direito Econômico,  Membro do  Instituto Histórico e Geográfico e da Arcádia de Minas Gerais e ex-presidente da Fundação Brasileira de Direito Econômico.



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