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O amargo preço da violência no Brasil

O amargo preço da violência no Brasil

23/08/2023 Fernando Valente Pimentel

A criminalidade, como evidenciam os dados e estudos que compilei neste artigo, é uma chaga para a sociedade e a economia.

Em meio às agendas da reforma tributária, neoindustrialização, da necessária modernização da gestão pública e do equilíbrio fiscal, fundamentais para a retomada mais robusta do crescimento econômico, há outra prioridade a ser encarada de frente pelo Brasil: o combate à criminalidade e à violência, problema crônico e grave, que intimida e dissemina o medo em nossa sociedade.

As estatísticas seguem preocupantes e cada vez mais incongruentes com nossos propósitos de modernização e desenvolvimento.

Em 2022, segundo números divulgados em 2023 pelo Monitor da Violência, uma parceria do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, do Núcleo de Estudos da Violência e G1, o País teve 40,8 mil óbitos causados pelos crimes de homicídio, latrocínio e lesões corporais.

Houve uma pequena redução de 0,9% em relação a 2021, mas o número segue absurdo e gravíssimo, pois estamos falando de vidas humanas.

É muito triste constatar que esses fatores estão entre as principais causas da morte de jovens entre 18 e 24 anos, do sexo masculino.

Além de uma consequência demográfica em médio e longo prazos, a alta taxa de assassinatos nessa faixa etária tem consequências econômicas, pois atinge parcela da força produtiva.

Em paralelo à violência desmedida, que destrói famílias e abala a saúde e a psique de milhares de pessoas, o Brasil perdeu, em 2022, R$ 410 bilhões em decorrência do mercado ilegal.

Tais crimes prejudicam muito numerosos setores da indústria e do varejo. O número, também divulgado em março último, é do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a ilegalidade (FNCP).

Além da irreparável perda de vidas e dos danos morais, de saúde e relativos à sedimentação de uma cultura de violência desde a juventude, a criminalidade, em todas as suas vertentes, atrasa muito a trilha do desenvolvimento nacional, afetando a segurança física e patrimonial.

Somada à insegurança jurídica, instabilidade, baixa eficácia da regulação e excesso de burocracia, constitui um dos principais fatores do “Custo Brasil”, de R$ 1,7 trilhão a mais por ano em relação à média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Esses ônus, que ferem nossa competitividade, são apontados em estudo do Movimento Brasil Competitivo, Boston Consulting Group e entidades de classe.

A criminalidade, como evidenciam os dados e estudos que compilei neste artigo, é uma chaga para a sociedade e a economia.

É danosa ao ambiente de negócios, desestimula investimentos, afeta a atração de talentos, provoca a emigração de recursos humanos em busca de vida melhor e mais segura, prejudica o turismo, uma das fontes mais importantes de divisas no mundo, mancha a imagem global do Brasil e gera custos elevados para as empresas e famílias, as que podem, é claro, com estruturas de segurança particular, tecnologia e equipamentos protetivos.

As causas da violência são várias em nosso país, abrangendo a exclusão socioeconômica, o baixo nível educacional, a evasão escolar ainda elevada e o crime organizado/tráfico de drogas e armas, que recruta seus membros entre os jovens desalentados de nossa estrutura sociológica.

São problemas crônicos que precisamos solucionar. Além disso, é necessária uma política mais eficaz de segurança pública, unindo esforços, inteligência e informações dos governos da União, estados e municípios.

Não podemos continuar tratando a criminalidade como uma epidemia descontrolada e invencível. A cultura da violência não deve ser banalizada, como se fosse atávica em nosso tecido social.

Precisamos, de imediato, incluir soluções para esse grave problema na agenda das prioridades nacionais, pois se trata de algo que ameaça a sociedade, atenta contra a vida dos brasileiros e prejudica muito a economia.

* Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

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Fonte: Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação



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