Minhas primeiras escolhas
Minhas primeiras escolhas
“Alimentem os sonhos dos pequenos, pois com certeza, lá na frente, os ganhos serão enormes”.
Muito cedo, quando ainda morava na Av. Amazonas onde hoje é a Redação de O Debate, comecei a pensar qual seria minha profissão. Normalmente estes pensamentos vem estimulados pelos pais, ou avós ou tios, mas a minha escolha veio dos gritos nas ruas.
Mas como assim?
É porque eu ouvia os lixeiros gritando e correndo, pegando o lixo de casa em casa. Achava que aquilo era o que queria fazer: correr e pular no estribo dos caminhões de lixo que nunca paravam.
Não sei por quanto tempo demorou este desejo, mas minha mãe, sábia como sempre, alertava sobre perigos que envolvia essa nobre profissão.
Um belo dia virei para ela e disse: "não quero mais ser lixeiro, quero ser maquinista de trem!"
Lembro-me como se fosse hoje minha mãe dizendo baixinho para ela: "que bom, agora a escolha é menos perigosa".
Não sei o porquê desta escolha, mas quando tinha 6 anos, no início de dezembro, minha tia Ondina me deu uma folha de papel e pediu para eu desenhar o que gostaria que o Papai Noel trouxesse no Natal. E eu desenhei, como dizem os mineiros, "um trem de ferro". E ganhei uma bela mesa com uma mini ferrovia da marca Lionel que tenho até hoje.
E este presente despertou em mim meu hobby pelo “Ferreomodelismo” que me acompanha desde então.
Recentemente, com minha aposentadoria compulsória, estou finalmente construindo um circuito ferroviário no porão de nossa casa no Retiro, sempre recordando da minha segunda profissão e da minha tia Dinha que até hoje me acompanha em pensamentos.
Esta maquete já tem nome e sobrenome: Rede Ferroviária Maia Nobre, batizada assim pelo meu amigo Carlos Gustavo.
Como diz minha filha “hobby é bom, pois inspira, desperta e alimenta sonhos”
Fica um conselho: “alimentem os sonhos dos pequenos, pois com certeza, lá na frente, os ganhos serão enormes”.
* Eduardo Carvalhaes Nobre é diretor de O Debate