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O que podemos aprender com os novos padrões de emissões dos EUA?

O que podemos aprender com os novos padrões de emissões dos EUA?

08/04/2024 Marcos Villela Hochreiter

O que podemos aprender com essas novas regras?

O que podemos aprender com os novos padrões de emissões dos EUA?

Enquanto no Brasil se comemorava o feriado de Sexta-feira Santa, nos Estados Unidos era divulgado uma legislação mais rigorosa para novos padrões de emissões de poluentes por veículos comerciais pesados. O Brasil teve a fase do Proconve, a P8, mais rigorosa do que a Euro 6, iniciada há pouco mais de um ano. O que podemos aprender com essas novas regras?

Ontem, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) anunciou uma nova regra que impõe padrões de emissões mais rígidos para caminhões pesados, válidos para os anos de modelo de 2027 a 2032. Essas normas atualizadas representam um esforço significativo para diminuir o impacto ambiental do setor de transporte, crucial para a economia, mas conhecido por sua considerável contribuição à poluição do ar.

A regra final, que se revelou mais ambiciosa do que as propostas anteriormente, visa equilibrar a necessidade urgente de reduzir as emissões com a realidade operacional e tecnológica enfrentada pela indústria de transporte. Enquanto as empresas automobilísticas receberão mais tempo, entre 2027 e 2030, para adaptar-se e desenvolver infraestruturas de emissão zero, enfrentarão limites de emissão substancialmente mais rigorosos em 2031 e 2032.

Conforme a documentação de 1.155 páginas da EPA, a nova regulamentação exige que aproximadamente 30% dos caminhões profissionais pesados e 40% dos caminhões regionais sejam de emissão zero até 2032. A regra mantém uma abordagem “tecnologicamente neutra”, não favorecendo ou especificando uma única solução para atingir os objetivos de emissão, um ponto destacado tanto pela agência quanto pelos stakeholders da indústria.

Até aqui, já uma lição para a Prefeitura de São Paulo, que baixou portaria limitando a transição energética apenas para ônibus elétricos, favorecendo a indústria chinesa. No Brasil, há muitas outras soluções para atingir boas metas de redução de emissões, como os biocombustíveis.

Chris Spear, presidente e CEO da American Trucking Associations (ATA), expressou preocupação com as metas pós-2030. Ele considera “totalmente inatingíveis” dado o atual estado da tecnologia de emissão zero. Além disso, há os desafios relacionados à infraestrutura de carregamento e limitações da rede elétrica. Ele argumentou que a regulamentação não considera adequadamente a realidade operacional do transporte rodoviário, comprometendo, potencialmente, a indústria e a cadeia de abastecimento dos Estados Unidos.

Em contraste, Jim Ward, presidente da Truckload Carriers Association, enfatizou os esforços contínuos da indústria para reduzir emissões por meio de tecnologias novas. Além disso, as existentes, como biodiesel, gás natural renovável e híbridos diesel-elétricos. Ele sinalizou a necessidade de considerar múltiplas alternativas para uma transição suave para veículos menos poluentes.

Comparando com os padrões da Fase 2, a nova regra da Fase 3 introduz aumentos progressivos na rigidez dos padrões de emissões. A nova regra visa chegar em 2032 com aumentos significativos em várias categorias de veículos, refletindo o compromisso da EPA em combater as mudanças climáticas.

Um relatório da Clean Freight Coalition aponta para os desafios financeiros da eletrificação da frota de caminhões. São estimandos custos de quase um trilhão de dólares apenas em infraestrutura, sem incluir o custo dos veículos.

O administrador da EPA, Michael Regan, descreveu a nova regra. “O padrão nacional mais forte de gases de efeito estufa para veículos pesados da história”. Isso, enfatizando os benefícios a longo prazo, incluindo economia significativa em custos de combustível para as transportadoras.

Vale lembrar que os órgãos regulatórios nos Estados Unidos retrocederam em diferentes momentos. Sobretudo, por colocarem normas rígidas demais que, no limite do cumprimento, colocou a mobilidade inviável no país. O mesmo já ocorreu em São Paulo, com normas que não foram cumpridas por inviabilidade econômica, sendo postergada.

No entanto, críticos, como Todd Spencer, presidente da Associação de Motoristas Independentes de Proprietário-Operador, argumentam que a regulamentação pode afetar negativamente as pequenas transportadoras. Elas são essenciais para a economia e o abastecimento de mercadorias nas cidades.

Em suma, a nova regulamentação da EPA para caminhões pesados estabelece um caminho ambicioso a fim de reduzir as emissões no setor de transporte. No entanto, também levanta questões sobre viabilidade tecnológica, impacto econômico e realidade operacional, sinalizando um período de adaptação desafiador para a indústria.

É bom ficar de olho nas canetadas que os transportadores brasileiros também podem sofrer.

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Marcos Villela Hochreiter é jornalista especializado em logística e transportes e diretor do site Frota News.

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