Pipas prejudicam mais de 100 mil clientes da Cemig nos quatro primeiros meses de 2024
Pipas prejudicam mais de 100 mil clientes da Cemig nos quatro primeiros meses de 2024
Além do grande risco de acidentes fatais, linhas chilenas e cerol podem causar falta de energia em grandes circuitos do sistema elétrico.
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Esta época do ano, com clima seco e ventos fortes, é considerada propícia para a prática de uma brincadeira tradicional em Minas Gerais: todos os dias, crianças e jovens saem ao ar livre para se divertirem empinando pipas. No entanto, a Cemig alerta que os praticantes da brincadeira podem causar acidentes graves com vítimas fatais, além de grandes prejuízos ao provocar falta de energia para milhares de famílias caso soltem suas pipas perto da rede elétrica, principalmente quando utilizam linha chilena ou cerol.
Somente nos quatro primeiros meses deste ano, a companhia registrou aproximadamente 458 ocorrências com a rede elétrica causadas por pipas, que prejudicaram quase 100 mil clientes em todo o estado. Apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), essa brincadeira gerou cerca de 174 ocorrências de falta de energia, deixando aproximadamente 44 mil unidades consumidoras sem luz.
Em 2023, a Cemig registrou 2.837 ocorrências causadas por pipas que prejudicaram 760 mil clientes. Na RMBH, foram 1.292 ocorrências, que interromperam o fornecimento de energia de quase 430 mil residências. Além de todo prejuízo causado com essas ocorrências, a utilização de material cortante na prática da brincadeira pode ter consequências fatais: essa semana, um homem, de 23 anos, morreu ao ser cortado por uma linha chilena na MG-010, em Vespasiano, na Região metropolitana de Belo Horizonte
Lei proíbe uso de linhas cortantes
A lei 23.515/2019 proíbe a utilização de cerol ou linha chilena em nosso estado. Essa legislação, que veda a comercialização e o uso de linha cortante em pipas, papagaios e similares, está em vigor desde dezembro de 2019. A multa para quem for flagrado vendendo linhas cortantes varia de R$ 5.279,70 a R$ 263,98 mil (em casos de reincidência). Já quando a linha cortante apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, seus pais ou responsáveis legais serão notificados da autuação e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.
Além da legislação, o técnico de Segurança da Cemig alerta para o fato de que o uso do cerol pode transformar uma simples linha de papagaio em um material condutor e provocar choque elétrico ao entrar em contato com a rede. Além disso, muitas crianças amarram as pipas com arames e fios. São materiais altamente condutores e que acabam sendo energizados quando tocam os cabos da rede de energia, causando o choque elétrico.
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Fonte: Cesar Souza, técnico de Segurança da Cemig