Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Nossa economia deve olhar para o futuro

Nossa economia deve olhar para o futuro

11/07/2024 Marco Moraes

Explorar petróleo perfurando alguns poços a centenas de quilômetros da costa representa um risco ambiental pequeno.

Nossa economia deve olhar para o futuro

Na recente cerimônia de sua posse como presidente da Petrobras, a Engenheira Magda Chambriard declarou: “Não existe transição energética sem falar quem vai pagar essa conta. E é o petróleo que vai pagar essa conta”. Seria uma declaração auspiciosa, se significasse que a Petrobras, que é a maior produtora e fornecedora de petróleo e derivados do Brasil, fosse liderar a transição energética do país.

A Petrobras ainda afirma que, para garantir a “segurança energética”, precisa iniciar a exploração em novas áreas, como na Bacia da Foz do Amazonas. O termo “Foz do Amazonas” provoca arrepios nos ambientalistas de todo o mundo, pois remete à ideia de que a exploração se dará próximo à Floresta Amazônica, o que não é o caso. Os blocos exploratórios da Petrobras se encontram em águas profundas a 530 km da foz do Rio Amazonas e a 175 km do litoral norte do Amapá. E notem, só há ali um potencial geológico para a existência de petróleo. Até que sejam perfurados poços, não há nenhuma garantia de que haja reservas significativas.

Explorar petróleo perfurando alguns poços a centenas de quilômetros da costa representa um risco ambiental pequeno. Mas, uma vez descoberto, o petróleo tem que ser armazenado e transportado por navios ou dutos, operações onde o risco é bem maior.

Embora toda essa atividade vá ocorrer, em sua maior parte, longe da floresta, há um outro risco ambiental muito preocupante. Ao longo da chamada costa amazônica, que se estende por 679 km do Maranhão ao Amapá, há uma faixa de manguezais que ocupa 9 mil km2 e corresponde a 70% dos manguezais do país. É o maior cinturão contínuo de manguezais do mundo. E os mangues são um bioma essencial não só para as áreas costeiras, mas também para boa parte da vida marinha.

A declaração de Magda Chambriard de que “o petróleo vai pagar pela transição energética” não é corroborada pelos fatos. Seu antecessor na presidência da empresa, Jean Paul Prates, até incluiu 11 bilhões de dólares de investimentos em energias renováveis nos 100 bilhões que a Petrobras pretende investir até 2028. 11%, portanto. O que é muito pouco.

A iniciativa privada investiu 25 bilhões de dólares em energias renováveis no Brasil apenas em 2023! E no caso da Petrobras, boa parte dos 11 bilhões de dólares serão aplicados na aquisição de usinas de biocombustíveis, ou seja, não serão novas frentes, apenas negócios já consolidados que mudarão de dono. Não é o que se espera de uma empresa que afirma que vai liderar a transição energética do país.

A questão que permeia toda essa discussão é: que país queremos ser? Vamos continuar planejando um desenvolvimento econômico com os olhos para o passado? O mundo está com os olhos voltados para o Brasil. E vai ficar mais ainda quando a COP 30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, for realizada em Belém, em plena Amazônia, no ano que vem. Explorar de forma açodada a Bacia da Foz do Amazonas, mesmo que não represente todo o risco que pode parecer, me parece que enviaria a mensagem errada para o mundo.

* Marco Moraes é geólogo, pesquisador de mudanças climáticas e autor do livro “Planeta Hostil” (Matrix Editora). 

Para mais informações sobre economia clique aqui...

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Todos os nossos textos são publicados também no X e no  Facebook 

Quem somos

Fonte: LC Agência de Comunicação



Cemig adota etanol e deixa de emitir mais de 100 toneladas de CO2

Veículos da companhia passam a ser abastecidos apenas com o biocombustível de origem vegetal que libera menor quantidade de gases poluentes.

Autor: Divulgação

Cemig adota etanol e deixa de emitir mais de 100 toneladas de CO2

O etanol como pilar de sustentabilidade energética no Brasil

O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar é um exemplo notável de combustível com baixa emissão de carbono.

Autor: J. A. Puppio

O etanol como pilar de sustentabilidade energética no Brasil

A geopolítica do clima e as consequências de ignorar

Nos últimos anos, estamos percebendo de forma bastante clara como as questões climáticas vêm influenciando o xadrez geopolítico global.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray

A geopolítica do clima e as consequências de ignorar

Não, as praias não serão privatizadas – entenda a PEC 3/2022 e por que defendê-la

É necessário que o bem do Brasil esteja acima de qualquer preciosismo político.

Autor: Lucas Sampaio


Cemig recicla quase 100% dos resíduos sólidos gerados pela companhia

Desde 2020, a empresa evitou o descarte de 200 mil toneladas de materiais no meio ambiente.

Autor: Divulgação

Cemig recicla quase 100% dos resíduos sólidos gerados pela companhia

Minas garante a preservação de espécies raras de fauna e flora

As unidades de conservação (UCs) em Minas Gerais, geridas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), são verdadeiros oásis para a conservação da natureza.

Autor: Divulgação

Minas garante a preservação de espécies raras de fauna e flora

Traças de roupas e livros: curiosidades e prejuízos causados pelos insetos

Encontradas em lares, roupas e livros, as traças tem hábitos alimentares e de sobrevivência distintos, de acordo com Biólogo do CEUB.

Autor: Divulgação

Traças de roupas e livros: curiosidades e prejuízos causados pelos insetos

Rio Grande do Sul: a reconstrução passa pela recuperação da vegetação nativa

A nova realidade criada pela tragédia exige igualmente novas respostas da gestão pública, incluindo um olhar prioritário para a questão ambiental.

Autor: Divulgação

Rio Grande do Sul: a reconstrução passa pela recuperação da vegetação nativa

Investir em saneamento traz retorno para a saúde

A aprovação do Novo Marco Legal do Saneamento, em julho de 2020, trouxe novas e importantes perspectivas para o avanço da infraestrutura do setor.

Autor: Elzio Mistrelo

Investir em saneamento traz retorno para a saúde

Descoberta de Luzia, um dos esqueletos mais antigos das Américas, completa 50 anos

Arqueólogos encontraram os primeiros ossos em 1974, na área do Monumento Estadual Lapa Vermelha, em Pedro Leopoldo

Autor: Divulgação

Descoberta de Luzia, um dos esqueletos mais antigos das Américas, completa 50 anos

Governo de Minas e Ibama reabilitam onça parda atropelada e a devolvem à natureza

Animal havia sido atingido em rodovia, próximo a Campos Altos, e foi submetido a cirurgia; espécie é a segunda maior espécie de felino das Américas e está ameaçada de extinção.

Autor: Divulgação

Governo de Minas e Ibama reabilitam onça parda atropelada e a devolvem à natureza

Qual produto é mais recomendado para manutenção de fossa séptica?

A manutenção ideal de uma fossa séptica é crucial para manter um sistema de saneamento confiável e saudável.

Autor: Divulgação