Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A importância da China no crescimento brasileiro

A importância da China no crescimento brasileiro

18/05/2012

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o volume total de comércio entre Brasil e China em 2011 foi de US$ 77,1 bilhões, contra US$ 56,3 bilhões em 2010.

Nesse mesmo período, o nosso superávit comercial com os chineses mais que dobrou, saltando de cerca de US$ 5 bilhões para aproximadamente US$ 11 bilhões. Enviamos para aquele país anualmente mais de US$ 40 bilhões, principalmente em minério de ferro, petróleo e soja. Esses números dão bem a dimensão do que representam para o Brasil os negócios com a China, que, de resto, com seu crescimento na casa dos 10% registrado nas últimas três décadas, tem sido um sustentáculo para a economia global.

Uma análise da Revista Exame, ainda em 2011, mostrou que, considerando os últimos dez anos, sem o “efeito China” no preço das commodities, o Brasil teria um déficit de US$ 25 bilhões no saldo de sua balança comercial. As exportações de commodities foram as grandes responsáveis pelo desenvolvimento econômico do Brasil nas últimas décadas, isso é um fato.

Esse papel de relevo deve continuar, mesmo com a diminuição do ritmo chinês de crescimento previsto para este ano. Não há nada errado em exportar commodities, principalmente enquanto o mercado continuar aquecido e for vantajoso para o Brasil. Por outro lado, parte do empresariado tem reclamado de uma desaceleração da indústria e de um aumento do consumo interno de produtos importados.

Diante desse cenário, e de um avanço do PIB de 2,17% (em contraste com o de 7,5% em 2010), abriu-se o sinal verde para que as indústrias, algumas das quais operando no negativo, começassem a pedir por medidas de salvaguarda e apontassem os produtos importados como os grandes responsáveis. No entanto, é consenso entre os especialistas em comércio internacional que a perda da competitividade na indústria se deve principalmente ao chamado “Custo Brasil”, representado pela elevada carga tributária.

Somem-se a isso os custos da energia, da logística, dos encargos trabalhistas, do investimento, do real supervalorizado e os gargalos da infraestrutura e tem-se o quadro completo do verdadeiro “vilão” a ser combatido. Assim, se por um lado, o governo brasileiro age corretamente ao buscar um fortalecimento da indústria e um mercado competitivo, vem lançando mão de uma série de medidas protecionistas que, ao tentarem criar uma espécie de reserva de mercado para os produtores nacionais, não atacam o cerne do problema.

Podem, inclusive, criar mais dificuldades do que soluções, ao diminuírem ainda mais a concorrência e, portanto, a competitividade do setor industrial no futuro. Em 2010 a China se tornou o maior investidor estrangeiro direto do Brasil. Em 2011 o país ocupou o 4º lugar mundial em investimento produtivo.

O governo precisa saber responder de modo mais maduro à complexidade do comércio e tirar melhor proveito dessa parceria estratégica, estabelecendo políticas para canalizar esses aportes em áreas como produção de manufaturas e setor de infraestrutura, entre outros. Ao mesmo tempo, é preciso oferecer um ambiente que incentive a produtividade e a inovação para as empresas instaladas aqui. E não será protegendo o mercado que irá conseguir isso.

* Geraldo Ferreira é diretor geral da Cathay, subsidiária da Asia Pulp and Paper (APP) no Brasil.



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira