O Brasil deixou de ser “Emergente”?
O Brasil deixou de ser “Emergente”?
No vocabulário político econômico internacional, o termo “emergente” é utilizado para designar países ainda não desenvolvidos, que lutam para atingir o melhor patamar sócio-econômico.
É o tratamento que o Brasil e outros países pertencentes ao grupo dos “Brics” (Rússia, Índia, China e África do Sul) vêm recebendo na área internacional. Racionalizações como essa trazem vantagens e desvantagens: no primeiro caso, está a melhoria da imagem de um país diante de sua população, o que, em muitos casos, leva a uma melhoria no aumento no desempenho economico, com a conseqüente ampliação do leque de oportunidades e, no segundo, ao acesso a melhores oportunidades determinado pelo status não mais de “país emergente”, mas de potência econômica no pleno exercício de sua força.
Essa é uma notícia que deveria ter sido dada antes à população brasileira, mas não foi o que aconteceu; coube ao vice-presidente do Estados Unidos da América, Joe Biden, em visita ao país, a oportunidade de fazer o importante anúncio: “o Brasil não é mais um país emergente”, disse ele em entrevista à imprensa brasileira. “O Brasil emergiu, o mundo já notou.” Ainda segundo o vice-presidente dos EUA, ele e o presidente Barack Obama acreditam que está surgindo uma nova era no relacionamento entre o gigante americano e o Brasil, sendo que nenhum parceiro é mais significativo nessa iniciativa do que o nosso país.” Por essa razão, a presidente Dilma Rousseff foi convidada a se reunir com Obama em outubro, na única visita de estado a acontecer em Washington no ano corrente.
Trata-se de um acontecimento memorável, que pode ser o início de uma era de ouro em nossa história, desde que o Brasil aproveite o reconhecimento internacional para aprofundar as políticas de desenvolvimento e consolidar as conquistas que têm sido comentadas fora do país. Mas, para tanto, é preciso fazer ajustes na economia, difundir a educação em todo o território nacional, eliminar os bolsões de miséria, erradicar a corrupção e diminuir decisivamente os índices de violência.
Se temos hoje uma imagem melhor no cenário internacional, isso se deve ao grande esforço realizado nos últimos anos, mas não podemos cair na armadilha de supor que já fizemos todo o exercício de casa. Há que perseverar na expansão da economia, com a criação de mais empregos e melhoria dos salários. É preciso também avançar nas políticas sociais, investir pesado na educação e reduzir drasticamente os níveis de violência. É o preço a pagar pelo progresso.