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O voto por exclusão

O voto por exclusão

02/10/2014 João César de Melo

Outro dia, uma amiga publicou no Facebook cobrando que as pessoas, em vez apenas criticar os candidatos nos quais não votaria, deveriam defender melhor seus candidatos, apontando suas razões. Discordo.

O Estado é um antro de incompetência, de desleixo e de corrupção simplesmente porque o conforto que oferece a seus agentes e funcionários atrai para si os indivíduos que não tem coragem nem talento para enfrentar a dinâmica do mercado. Considerando que um político é o agente mais poderoso do Estado, ou seja, com poder sobre o dinheiro e sobre a liberdade da sociedade, por qual razão deveríamos confiar nele? Por causa de seus discursos? Por causa de seu partido? Algum político já comprovou que merece nossa confiança? Algum político tem uma procuração de Deus que nos assegure que suas “linhas tortas” são necessárias na construção do paraíso?

Não. Se as pessoas são naturalmente falhas, um político não passa de uma pessoa naturalmente falha, porém, com amplo poder para fazer todas as besteiras possíveis. Sendo mais objetivo: Até que me prove o contrário, todo funcionário público é incompetente e todo político é um vagabundo propenso a corrupção ou, no mínimo, à falta de responsabilidade com o uso do dinheiro da sociedade. Conheço exceções à regra da incompetência no funcionalismo público, mas ainda não vi nenhum político merecer minha confiança.

Certamente muitas pessoas (amigos, parentes e aliados) já foram agraciados pela generosidade de algum político, mas a realidade é que o cidadão comum nunca se vê recompensado pelos votos e pelo dinheiro investido. Com toda a certeza, o pior momento de uma democracia é justamente seu momento fundamental: As eleições. Teremos que eleger alguém! Teremos que confiar em alguém que não é nossa mãe. Teremos que colocar na mão de alguém as decisões que moldam a vida de toda a sociedade.

Teremos que dar a alguém o poder de intervir em nossas vidas particulares. Lembrando-se das palavras de Churchill - “A democracia é o pior sistema de governo, seguido por todos os outros” -, a melhor forma de minimizar os riscos da democracia é simplesmente votar por exclusão. Entre todos, votar no menos pior. Sob a ótica liberal e no cenário brasileiro, votar em quem se proponha pelo menos a diminuir o tamanho e a influência do Estado sobre as liberdades individuais.

Em artigo anterior, declarei e justifiquei meu voto, mas não defendi o candidato. Como eu defenderia o Aécio Neves que, apesar de sua equipe econômica liberal, manifesta um punhado de medidas típicas de qualquer governo socialista, tais como bolsas, subsídios e etc? Como eu, anti-PT pelas razões já manifestadas mil vezes, defenderia a Marina Silva que, apesar de ser a única em condições reais de tirar Dilma do poder, diz que liderará uma “nova política”, algo tipo... se aliar apenas “à políticos do bem”? Como eu, liberal de verdade, defenderia o Pastor Everaldo que, apesar de sua promessa de privatizar até a Petrobrás, ainda cultiva em seu vácuo craniano os preconceitos mais primitivos?

Além dos tantos milhões de reais que essa gente gasta para divulgar suas lorotas por meio de publicidade (no sentido literal da palavra) eleitoral, nós deveríamos, cidadãos, fazer discursos enaltecendo-os como dignos de nossa confiança? Não! Todo voto é dolorido, mas alguns votos são mais doloridos que outros. Insisto: O cidadão tem que se dedicar a questionar o governo, a pressioná-lo o tempo todo. Cada instante de paz na vida de um político representa uns trocados a menos em nosso bolso.

Enquanto eles estiverem em atividade no governo ou em campanha, nunca podemos sair na defesa de nenhum deles. No máximo, podemos nos dar a hombridade de reconhecer algo de bom que algum deles tenha feito no passado, já que qualquer elogio feito ao presente é utilizando contra nós mesmos.

Portanto, reafirmo a necessidade de aproveitarmos esta véspera de eleições e os tantos canais de manifestação que temos atualmente para expor as incoerências e apontar todos os desvios dos candidatos. Podemos nos privar de bater naquele que votaremos, mas nunca, em hipótese alguma, devemos sair em sua defesa. Ninguém sabe se defender melhor do que um político, principalmente no Brasil.

*João César de Melo é Arquiteto e artista plástico, autor do livro Natureza Capital e Colunista do Instituto Liberal.



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