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Domingo 26

Domingo 26

30/10/2014 Lucas Berlanza Corrêa

Enquanto escrevo estas linhas, estamos perto de fazer história. Quer sentenciemos para ela um bom ou mau episódio, ele será de suma importância.

Nosso destino, em curto, ou mesmo longo prazo, será definido pelo que ocorrer nos dias que estão por vir, antes e durante o fatídico domingo, 26 de outubro de 2014. Nele, os brasileiros depositarão nas urnas aquilo que suas consciências puderam perceber, o resultado de meses de insistentes campanhas, de anos de governo, de anos de esperanças e frustrações. O capítulo final de uma história, e o capítulo um de uma nova, se vencer a oposição; a continuação de uma arrastada saga de doze anos, se Dilma Rousseff permanecer à frente da presidência.

Seja qual for o desfecho, o grande protagonista, para nós, nos últimos tempos, foi o evidente resultado da mobilização de grupos e instituições como este Instituto Liberal e, mais do que isso, de INDIVÍDUOS, comprometidos, enfim, com a defesa dos bons princípios que devem reger uma nação saudável, com liberdade e respeito público. Vença quem vencer, mudará a extensão dos desafios, mas temos a convicção de que não tardará para que a voz de liberais e conservadores, que já surtiu influência sobre meios de comunicação e pautas políticas, se faça ouvir com a força que merece.

Jornalistas, artistas e personalidades de diferentes origens e funções revelaram convictamente sua adesão a essas correntes de pensamento, cuja presença dinamiza e efetivamente aperfeiçoa nosso sistema democrático representativo. O mercado editorial se agitou com lançamentos de material à direita. Colunistas, blogueiros e até apresentadores de TV chamaram a atenção para nossos pensamentos. Vários candidatos a cargos eletivos, inclusive à presidência, abraçaram nossas propostas, e elas influenciaram de algum modo os mais cotados.

Tivemos ganhos legítimos, consolidamos a oferta de uma alternativa; queremos crer que isto não será em vão. Quero deixar o testemunho pessoal de que, da forma diminuta que me compete, foi e é uma grande alegria fazer parte disso. Ainda há um chão muito grande pela frente, porém, e muito dependerá do que acontecer no “domingo 26”. São duas as possibilidades. O Brasil pode escolher manter no poder por mais quatro anos aqueles que aí estão há mais de uma década. Se os 12 anos de governo PT fazem parte do período que nossos historiadores atuais convencionaram chamar de Nova República, temos, pessoalmente, razões para acreditar que serão encarados como um capítulo especial, nada positivo, pelos analistas do futuro não tão distante.

Um capítulo em que nos alinhamos com o que há de mais podre na conjuntura internacional, castrando nossas potencialidades e deixando de aproveitar como poderíamos os ares favoráveis. Um capítulo em que a ignorância foi “glamourizada” até mais não poder; em que chantagem e terrorismo foram regra na condução governamental das políticas assistencialistas, instrumentalizando a miséria a favor de interesses indignos. Em que distorcer e adulterar números foi prática corrente. Em que a educação libertadora permaneceu um sonho distante, inconveniente que é para o sistema estabelecido e a casta que o coordena. Um capítulo em que foi tentado, sob a forma do mensalão, um verdadeiro golpe contra a normalidade institucional da nação, atingida já duramente em outras esferas pelo aparelhamento de órgãos públicos, agências reguladoras e empresas estatais.

Como a Petrobrás, palco de um enorme escândalo cujas elevadas proporções se revelam agora – afinal, como diria o colunista de Veja, Reinaldo Azevedo, se o PT não inventou a corrupção ou as irregularidades em terras brasileiras, ele as tentou “transformar em categoria política”. Tudo isso fruto das articulações de um partido que, hoje, se escandaliza ao ser atacado pelos descontentes indignados, mas que tem o combate destrutivo e a retórica do ódio em seu DNA desde que apareceu - o que se confirma diante de sua resistência criminosa ao esforço de articulação das correntes democráticas para estabelecer, em Tancredo Neves, a conciliação necessária ao retorno da normalidade.

Um partido que manipula o monopólio da virtude, com que a esquerda foi encarada por muito tempo e continua a ser por grande parte da população – o que não é, diga-se de passagem, mera invenção do PT, mas resultado de um processo que lhe é anterior -, para posar de vítima perseguida, a fim de justificar seus anseios por controle da imprensa. Um partido que não concebe sua diferença para com o Estado que preside, e que semeia a infâmia e a divisão entre os brasileiros. Um partido que insiste em uma política econômica irresponsável, que nos lançou à recessão. Um partido, enfim - muito mais se poderia repetir aqui, se estivéssemos produzindo um livro -, que tem pretensões autoritárias e que oferece risco à nossa democracia, que não tem pudor em destruir reputações se preciso for para proteger seus privilégios e sua simbiose prostituída com a máquina pública.

Desnecessário dizer que, se triunfarem novamente, nossas dificuldades serão redobradas. Teremos um futuro nebuloso, tribulações e aflições certas, e um trabalho doloroso e incerto pela frente. Ou o Brasil pode escolher Aécio Neves, o neto de Tancredo. O óbvio, repetiremos aqui; é conservador? Não. É liberal clássico, é libertário? Não. Aécio se candidata por uma legenda social-democrata, que tende ao social-liberalismo. Além disso, inúmeros partidos e correntes diversificadas, dentro da própria esquerda (sobretudo a moderada), se aglomeram em apoio de sua candidatura. Dizemos francamente: isso não é um problema.

O que está em jogo é exatamente lutar pela reconquista do país, pela sua consolidação como uma nação livre. O que está em jogo é retomar diretrizes saudáveis e fazer subir o patamar da civilização brasileira. Nessa direção, todas essas correntes democráticas, para que subsistam e façam seu papel da melhor maneira possível, no ritual da sã política – como adversárias, sim, mais do que natural e nada contraditório -, entendem que devem se unir contra o projeto petista.

Lançamos, então, nosso último “manifesto” aos amigos de convicções políticas similares, nesta derradeira coluna antes do segundo turno das eleições: não deixem que suas diferenças com o candidato que nos oferece os ares mais saudáveis os impeça de tomarem a melhor decisão. Entendamos as prioridades, entendamos o que está em jogo. O depois é o depois. Pensemos nele quando pudermos garanti-lo. Boa eleição para todos, e que os brasileiros encontrem inspiração e sabedoria para fazer do “domingo 26” uma data realmente emblemática na história da pátria. Uma data de libertação.

* Lucas Berlanza Corrêa é Acadêmico de Comunicação Social e Colunista do Instituto Liberal.



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