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Não deixe a crise abalar seu coração

Não deixe a crise abalar seu coração

14/10/2015 Américo Tângari Junior

O dólar rompeu a barreira dos R$ 4, maior cotação desde a entrada em cena do Plano Real em julho de 1994. Assusta como o País empobreceu tão rápido.

No acumulado dos últimos doze meses, a taxa de desemprego aumentou bastante; hoje, são mais de oito milhões de desocupados no País – outro tanto está com o coração descompassado, à espera do mesmo caminho, pois ninguém sabe até onde vai essa crise.

A inflação chegará logo aos 10% e o PIB (a riqueza produzida pelo País) vai recuar mais. E não tem nada no horizonte que não possa piorar, com o arrocho fiscal, a volta da CPMF e as ondas de um impeachment roçando as paredes do Palácio do Planalto.

Nesse tsunami de más notícias, como fica a saúde do brasileiro? Afinal, a angústia acompanha essa incerteza provocada pelas crises econômica, política, moral e ética que tomaram conta do País. A Lava Jato, por sua vez, dá o tom do mar de lama.

O cidadão perde o rumo e muda o padrão de vida. Com as lojas fechando, a indústria demitindo e o desemprego crescente, o olhar para o futuro é desanimador; os filhos podem ter de mudar de escola, outros cursos serão abandonados, a TV paga cortada e o lazer reduzido.

Até a mudança para um bairro mais distante é levada em conta nessa hora. Com o passar do tempo, a ansiedade se transforma em estresse, fator de risco para o coração.

E aí mora o perigo: não se pode permitir que a crise abale sua saúde. É de posse desse patrimônio que o brasileiro conseguirá suportar os tempos difíceis e atravessar firme para um novo período de bonança – que virá, mais cedo ou mais tarde, como ocorre em todo o mundo. Se perder a boa forma, o resto pode se comprometer para sempre.

Ainda que o dinheiro comece a ficar escasso no bolso, não deixe de consultar o seu médico, fazer todos os exames e seguir as orientações. O coração palpita mais acelerado em tempos de crise, mas não pode parar nem ficar doente.

Não espere que os sintomas se manifestem de maneira mais aguda para tomar as providências. Algumas dicas são fundamentais para evitar uma surpresa, pois as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 30% das mortes no Brasil, entre elas AVC`s, hipertensão, ataque cardíaco, aterosclerose e outras.

Para começar, o bom senso há de pautar a conduta. Se você é cuidadoso com sua saúde, mantenha as boas práticas, como as caminhadas habituais e o acompanhamento médico. Exercícios físicos são sempre recomendáveis.

Ao mesmo tempo não se pode esquecer que cada indivíduo tem suas limitações e é importante conhecê-las para não se exceder.

Importante saber que é necessário acostumar o coração, o pulmão e o aparelho locomotor num trabalho gradativo, que requer acompanhamento profissional constante. Depois, seu histórico clínico deve ser atualizado com novos exames para evitar surpresas.

Para quem não pratica nenhuma atividade, ou o faz esporadicamente, o cuidado deve ser redobrado. Certifique-se de que a máquina se encontra em bom estado de conservação. Procure um médico e faça os exames para não virar estatística na área das doenças.

A maioria dos problemas resulta de um estilo de vida inapropriado; entre os principais fatores que ocasionam doenças cardiovasculares estão má alimentação, tabagismo, álcool, sedentarismo, obesidade, além do estresse do dia-a-dia.

Convém ficar atento aos sintomas que se manifestam em quase todas as doenças do coração ou que podem indicar algum tipo de comprometimento cardíaco:

Falta de ar, ao repouso ou ao esforço; dor no peito, em virtude de má circulação sanguínea no local; cansaço fácil; desmaio, após atividade física intensa; palpitações ou taquicardia; tosse seca persistente; pressão alta; cor azulada nas pontas dos dedos ou unhas; tonturas; varizes; má circulação nas pernas; impotência sexual; inchaço nos tornozelos.

Alguns sintomas podem ser confundidos com um simples mal-estar. Sudorese, tremores e falta de ar estão entre os tipos de manifestação que o organismo também utiliza como sinal de princípio de infarto agudo do miocárdio.

Importante saber que o maior pecado é o desleixo com a prevenção: ignorar os exames periódicos, como o de sangue e o eletrocardiograma, que permitem ao clínico avaliar os fatores de risco e o histórico de cada pessoa. Como um automóvel, o motor humano, depois de muita quilometragem, carece de prevenção e revisão.

Enfim, a crise faz seus estragos na população, interrompe carreira, provoca mudança de hábitos e fornece um cenário de futuro sombrio. Saiba enfrentar esse período, uma vez que saúde é o mais valioso de todos os bens. O resto se recupera; saúde, nem sempre.

* Américo Tângari Junior é especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira. Integra a equipe de Cardiologia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. 



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