Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Ano Novo, Problemas Crônicos

Ano Novo, Problemas Crônicos

06/02/2016 Patrícia Sottoriva

Os eventos naturais com maior incidência de desastres no mundo entre 1900 e 2012 foram as enchentes e as inundações.

As tempestades vieram logo em seguida, com 3.559 registros. Ao analisar os eventos hídricos no Brasil, o Centro Universitário de Estudos e Pesquisa em Desastres (CEPED) apontou que os alagamentos passaram de uma média de 4,5 eventos por ano, entre 1991 e 2001, para uma média de 42 eventos por ano, entre 2002 a 2012.

Como possíveis causas, estão a urbanização desordenada, aliada à ausência de um bom planejamento urbano, e os eventos climáticos extremos. No Paraná, tem-se constatado de maneira contínua os efeitos desses eventos hídricos.

Entre os anos de 1991 e 2010, as inundações bruscas representaram a segunda maior causa de desastres no estado (388 casos registrados atingindo 299 municípios), e os registros demonstram que, ano a ano, esses eventos têm ocorrido com maior intensidade e magnitude.

Em 2011, os eventos ocorridos no Litoral do Paraná, denominados “Águas de Março”, nos quais, em um curto período e chuvas concentradas, que corresponderam ao dobro da média histórica para o mês, ocasionaram danos e prejuízos nos municípios de Morretes, Antonina, Paranaguá e Guaratuba da ordem de R$ 210 milhões.

No ano seguinte, os eventos não foram tão pontuais como os ocorridos no litoral, mas ocorreram em diversos municípios do estado e superaram em 16 vezes os recursos gastos em 2011 para reconstrução e recuperação.

Em junho de 2014, muitas cidades do Paraná passaram concomitantemente por enchentes, inundações e alagamentos. Em União da Vitória, o rio atingiu 8m de profundidade, sendo que seu nível normal é próximo de 2,5m.

Os prejuízos foram estimados em R$ 1 bilhão, sendo decretado estado de calamidade pública. Nesse mesmo período, outros 163 municípios foram atingidos pelas chuvas e, destes, 147 decretaram situação de emergência.

Esses históricos têm se repetido e intensificado a cada ano, seja pela influência das mudanças climáticas ou outros fenômenos desencadeados pela maneira com que se faz a ocupação do solo, bem como, pela maneira com que o espaço urbano se produz, com desmatamentos, sistemas de drenagens ineficientes e grandes áreas impermeabilizadas.

Iniciamos 2016 com problemas conhecidos desses meses mais chuvosos: alagamentos, inundações, quedas de barreiras, comunidades isoladas, entre outros. Apesar de não se ter controle sobre as precipitações hídricas, segundo o Sistema Integrado de Administração Financeira, a cada R$ 1,00 que poderia ser gasto em prevenções a desastres no Brasil, o Poder Executivo gasta R$ 37,00 para a recuperação e reconstrução dos mesmos.

A grande questão é: “Por que, no Brasil, insiste-se em atuar mais na resposta aos eventos, se o valor de reconstrução e/ou reparação após um desastre acaba custando muito mais que a prevenção e a mitigação dos danos dos mesmos”?

Não investir na redução de risco de desastres no período de normalidade, bem como em prevenção e mitigação de danos, faz com que os problemas ocasionados por eventos de origem natural, como inundações e alagamentos, se tornem crônicos e aumente a magnitude dos prejuízos econômicos e socioambientais.

* Segundo o The International Disaster Database , totalizando 4.134 registros.

* Patrícia Sottoriva, professora de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental da Universidade Positivo.



2024, um ano de frustração anunciada

O povo brasileiro é otimista por natureza.

Autor: Samuel Hanan


Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves