Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Morte e ressurreição, direito e cultura

Morte e ressurreição, direito e cultura

16/02/2016 Wagner Dias Ferreira

A cultura cristã que moveu a formação do ocidente traz o pensamento na ressurreição de Jesus.

E com a “pós-modernidade” o discurso secular propõe crer ou não na ressurreição. O tema tomado do ponto de vista religioso é empolgante, mas, abordo superficialmente a questão para mostrar que existe esta questão na cultura ocidental.

A ressurreição torna-se importante para o universo jurídico quando afeta o comportamento das pessoas que precisam lidar com a morte e nesse contexto visualizam a necessidade do sepultamento para que haja a ressurreição.

No novo testamento há um texto que ilumina a cultura ocidental. Encontrado em MT. 27, 51-53, descreve um acontecimento mostrando a ressurreição do que se chamaria hoje de pessoas comuns.

Este texto mostra um fator de influência na cultura ocidental moderna em que a regra é o sepultamento. Sempre remetendo à expectativa da ressurreição. Na pós-modernidade, onde a cultura ocidental tornou-se mais secular a emergência de um discurso e comportamento distintos da tradição cristã do sepultamento torna-se mais aparente e com a pretensão de ser predominante, até por motivos ecológicos.

Cemitérios podem levar à contaminação de cursos d’água subterrâneos enquanto cremações, não. É aí que o Estado inicia uma intervenção para regular a cremação, que não era comum à cultura cristã brasileira e atualmente emerge. Mas com a regulação estatal vem o sofrimento dos cidadãos que preferem cremar.

Na maioria das vezes as pessoas se recusam a pensar na morte e não adotam atos preparatórios. Soltam farpas ao vento que depois podem trazer aos familiares enormes transtornos. Hoje, se uma pessoa disser que deseja ser cremada, trará culpa aos familiares se a pessoa for sepultada ou dificuldades para obter a cremação.

Eis que havendo qualquer questão sobre a morte a família necessitará de um alvará judicial para a cremação. E este será seu calvário. Há na RMBH um caso que completará um ano com o corpo na geladeira do IML sem que a família finalize seu luto.

Primeiro pela falta de formalidade na manifestação de vontade do morto, segundo porque a dúvida sobre a causa da morte gerou procedimento policial. Há cidades no entorno de BH, que mesmo possuindo o crematório não têm lei específica disciplinando a matéria e os procedimentos.

Neste caso, aplica-se a Lei Estadual 18.9752010 onde diz que a cremação será feita quando o morto houver manifestado a vontade de ser cremado; ou quando a família declarar o interesse, desde que a pessoa falecida não tenha se manifestado em contrário, e é claro no interesse da saúde pública. Quando é interesse da família emerge a necessidade do alvará judicial.

E se o juiz entender que seja necessária a manifestação formal do delegado de polícia que se prepare a família pois o luto se estenderá por dias, semanas, meses, anos...

Por isso, mesmo sendo um tema não desejado, todos devem prepar o seu momento de partida.

* Wagner Dias Ferreira é Advogado e Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG.



Eleições para vereadores merecem mais atenção

Em anos de eleições municipais, como é o caso de 2024, os cidadãos brasileiros vão às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores.

Autor: Wilson Pedroso


Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso