Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Carta Aberta ao Governo Interino: Precisamos proteger nossos filhos

Carta Aberta ao Governo Interino: Precisamos proteger nossos filhos

16/07/2016 Marco Antônio Barbosa

O Brasil possui 21 entre as 50 cidades mais violentas do mundo.

A tarefa não é fácil e exigirá muito investimento e paciência das autoridades, mas precisamos começar a travar esta luta contra a criminalidade.

O governo interino de Michel Temer deve se preocupar com a segurança pública, pois os números são cada vez mais alarmantes e as perspectivas para os próximos anos são as piores possíveis.

Atualmente, segundo a ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, o Brasil possui 21 entre as 50 cidades mais violentas do mundo.

O relatório Atlas da Violência 2016, lançado em março pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FPSP), mostra que o Brasil registrou mais de 59 mil homicídios em 2014, ou seja, uma pessoa morta a cada onze minutos em todo o nosso território.

Este dado representa 10% do número de homicídios que acontecem no mundo. O mesmo Ipea, no relatório Violência e Segurança Pública em 2023, afirma que este cenário só tende a piorar a cada ano. Uma torneira pingando todos os dias sem que as autoridades tomem medidas para evitar o alagamento.

Não existe mágica para mudar este quadro. Alguns pontos devem ser priorizados desde já para um país mais seguro no futuro. Provavelmente estas mudanças serão sentidas somente por nossos filhos ou até netos, entretanto se as autoridades não investirem nelas agora, o país que entregaremos à eles será muito pior do que o que vivemos hoje.

O primeiro ponto e o mais importante deles é investimento em educação. Dados do Atlas da Violência mostram que “um indivíduo com até sete anos de estudo possui 10 vezes mais chances de ser assassinado do que outro com o nível superior”.

Uma população com estudo tem mais oportunidades e alternativas para fugir do mundo do crime. O segundo fator para diminuir a violência é investimento em políticas públicas. Todo o cidadão precisa se sentir amparado pelo estado.

Ter acesso a saneamento básico, saúde, transporte público de qualidade, moradia. A criminalidade ganha espaço onde o governo não está presente. Em paralelo, o poder público precisa se fortalecer. É necessário intensificar as ações nas fronteiras para evitar a entrada de armamentos e drogas.

Este é o coração financeiro e bélico da criminalidade e precisa ser combatido para enfraquecer as milícias e facções criminais. A policias também precisam estar preparadas, com mais capacitação, investimento em inteligência e também com uma remuneração adequada aos riscos que enfrentam.

Alinhado a isso, Polícia Federal, Militar, Civil e Guarda Municipal precisam estar integradas e trocar informações. As facções se falam, agem em vários estados e as polícias também precisam falar a mesma língua para conseguir antever e não só remediar as ações criminosas.

O próximo passo é o amparo da legislação. Para isso, a justiça precisa de leis mais rígidas, além de ser mais rápida e eficaz no momento de aplicá-las. A sensação de impunidade causada pela morosidade do sistema judiciário só aumenta o custo-benefício do crime.

Outro ponto determinante é a reestruturação do sistema carcerário. Os presídios não podem ser escolas do crime e sim oferecer uma opção de recuperação e reinserção na sociedade. Quem deixa a cadeia precisa ter uma oportunidade para não voltar ao mundo do crime.

O último ponto, mas não menos importante é o crescimento econômico. A queda no poder aquisitivo da população e aumento do desemprego influi muito no já citado custo-benefício do crime. Se a única opção para sustentar a família é a criminalidade, fica difícil combater o cenário atual.

Todos esses fatores precisam ser trabalhados de forma conjunta. Ações esporádicas ou isoladas não terão efeito. O tamanho do problema exige o fim do amadorismo na condução dessas políticas e a união da sociedade – legislativo, executivo e população – para cobrar e agir na solução da segurança. Só assim nossos filhos não chorarão pela vida dos nossos netos.

* Marco Antônio Barbosa é especialista em segurança e diretor da CAME do Brasil.



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira