Portal O Debate
Grupo WhatsApp

É preciso cuidar das cadeias degradadas

É preciso cuidar das cadeias degradadas

24/04/2017 Thiago Terada

Investir na recuperação de cadeias degradadas é tão importante quanto preservar os biomas naturais.

Quando falamos em ações de sustentabilidade nos dias de hoje, um ponto importante que se faz presente a todos é o uso de recursos escassos que possibilitem estimular o desenvolvimento social por meio de um modelo econômico ético e transparente.

No entanto, é preciso enxergar essa questão de maneira muito mais ampla, afinal investir na recuperação de cadeias degradadas é tão importante quanto preservar os biomas naturais. No Brasil, temos como exemplo a cadeia da carnaúba, encontrada nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.

Trata-se de uma cultura majoritariamente extrativista, mas de fácil plantio, resistente às diferentes condições climáticas (inclusive à seca) e que também dá origem a uma cera utilizada por diferentes companhias de cosméticos a eletrônicos em todo o mundo.

Apesar de se tratar de uma matéria-prima de grande importância ao mercado, a sua cadeia produtiva ainda conta com irregularidades, como as denúncias de trabalhos escravo. Dados divulgados em 2016, durante o Seminário sobre Combate ao Trabalho Escravo realizado na assembleia legislativa do Ceará, apontam que 47 das 70 pessoas resgatadas no estado, em 2015, por trabalhar em condições degradantes faziam parte da cadeia produtiva da carnaúba.

Uma das estratégias para combater o problema é replicar nessas regiões modelos de negócios bem-sucedidos em outras partes do país. Nesse sentido, podemos destacar o trabalho realizado pela Beraca em áreas com incidência de extração ilegal de madeira.

A proposta da empresa é promover parcerias com comunidades de diferentes biomas, principalmente o amazônico, e oferecer a elas oportunidades de renda com recursos florestais não madeireiros, investindo em treinamentos e capacitações para ensinar que é possível garantir uma fonte de renda extra a partir dos frutos e sementes, sem agredir o meio ambiente ou a necessidade de trabalhar em condições degradantes.

Os insumos naturais obtidos a partir dessa atividade se transformam em matérias-primas para as indústrias de cosméticos, beleza e cuidados pessoais, que apostam no uso de ativos da biodiversidade em suas formulações, na busca por produtos de alta performance.

Para comprovar a eficiência dessa estratégia, um estudo promovido com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) destaca que, para cada R$ 1,00 investido no extrativismo sustentável no Pará, são retirados R$ 3,60 da mão da obra por trabalho em madeireiras ilegais.

Somado a isso, em muitos lugares ainda temos o aumento da eficiência de políticas públicas, como o seguro-defeso, que garante um benefício aos pescadores durante o período de reprodução dos peixes, e a Bolsa Verde, responsável por oferecer auxílio financeiro a cada três meses para famílias em situação de extrema pobreza que vivem em áreas de relevância para a conservação ambiental.

Diante desse cenário, o importante é enxergar que o futuro do planeta depende de iniciativas que inibam ações ilegais e que, na medida do possível, preencham a lacuna de renda deixada por essas atividades.


Para isso, o setor público e as instituições privadas devem criar políticas capazes de estimular a preservação ambiental, promover o desenvolvimento social e a visão de melhoria de futuro dos moradores que vivem nas áreas em que existem áreas degradadas.

* Thiago Terada é Gerente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Beraca, líder global no fornecimento de ingredientes naturais provenientes da biodiversidade brasileira para as indústrias de cosméticos, produtos farmacêuticos e cuidados pessoais.



2024, um ano de frustração anunciada

O povo brasileiro é otimista por natureza.

Autor: Samuel Hanan


Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves