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Trans em lados opostos?

Trans em lados opostos?

01/03/2018 Adilson Roberto Gonçalves

Talvez se ajudem no entendimento, o que o trans significa para a química e para as pessoas.

O filme “A garota dinamarquesa” pode ser um estereótipo ou não representar fielmente a transição de designação sexual, mas me trouxe alguma clareza sobre os conflitos pessoais e as questões históricas envolvidas.

A magistral interpretação de Eddie Redmayne, que já havia se revelado em outros trabalhos, como em “A teoria de tudo” no papel de Stephen Hawking, foi crucial para capturar a atenção e o interesse para o assunto tão atual da transexualidade – ou, na verdade, para a sexualidade como um todo.

Em química, trans é prefixo para representar grupos de átomos que estão em posição oposta um em relação ao outro em uma estrutura molecular, enquanto que cis representa que estão do mesmo lado. Não há questão de gênero ou de preconceito aqui, são apenas rótulos para facilitar a identificação de uma substância.

Talvez se ajudem no entendimento, reciprocamente, o que o trans significa para a química e para as pessoas. Com a exposição da jogadora de vôlei Tiffany Pereira de Abreu, atuante hoje no time de Bauru, aprendemos um pouco sobre os limites do corpo ou sobre o que se pensa sobre ele.

Filosoficamente, o corpo é a única forma de materializarmos nossa existência. Os crédulos, talvez, estenderão o conceito para a inexistente alma, ou para a indissociada mente. Corpo e mente, sendo algo único, agem para a criação do que entendemos – e toleramos – como regras sociais de convivência.

A jogadora transexual se destaca pelo alto desempenho e recorde no número de pontos. Talvez apenas por isso, a polêmica tenha sido evidenciada, o que revela também muito desconhecimento e preconceito, como acontece em tudo o que é, digamos, diferente. A questão é se ela poderia atuar na liga feminina de voleibol tendo nascido com genitália masculina.

Na Folha de S. Paulo, o técnico Sérgio Negrão defendeu ser contrário à legislação que permite que a jogadora trans atue no vôlei profissional, mesmo seguindo todos os parâmetros hormonais estabelecidos, pois crê que há uma vantagem física indevida, título de seu artigo de 10/2.

No entanto, os argumentos do técnico contradizem a si mesmos, pois, mutatis mutandis, sou homem e qualquer mulher que joga vôlei é superior a mim nesse esporte. Não há como medir o desempenho de uma transexual – e de qualquer outra atleta – em função apenas de seu físico e de seus hormônios, pois técnica, preparação e aptidão estão literalmente em jogo.

O articulista tem razão em uma coisa: a discussão deve ser aprofundada, talvez até chegando a uma nova categoria, mas enquanto isso não acontece, deleitemo-nos com o jogo da Tiffany e das demais meninas do vôlei.

* Adilson Roberto Gonçalves é pesquisador no IPBEN – Unesp de Rio Claro, membro da Academia Campineira de Letras e Artes e da Academia de Letras de Lorena.



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