Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Os caminhos perigosos da reforma da Previdência

Os caminhos perigosos da reforma da Previdência

18/03/2019 João Badari

PEC pode afetar também as questões judiciais que envolvem os benefícios previdenciários.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reforma da Previdência começou a tramitar na Câmara dos Deputados e, além de todas as alterações para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e servidores públicos nas regras gerais para dar entrada na aposentadoria, pode afetar também as questões judiciais que envolvem os benefícios previdenciários.

Em síntese, o Governo Federal quer retirar da Constituição Federal a determinação de que as ações que tramitam contra o INSS no Poder Judiciário sejam julgadas na varas estaduais, quando não existe vara federal na região. A chamada competência delegada.

Esse é mais um caminho perigoso da PEC, pois pode significar mais um obstáculo grave para o trabalhador brasileiro exercer seus direitos previdenciários.

O Governo Federal pretende transferir todos os processos que envolvem questões previdenciárias para a Justiça Federal, inclusive os que tratam de acidente de trabalho, que atualmente são de atribuição dos juízes estaduais.

Isso pode se concretizar se o plano atual da equipe de Bolsonaro for aprovado e retirar algumas regras previdenciárias da nossa Constituição. Um tremendo retrocesso social e jurídico.

Na prática, essa medida vai abarrotar ainda mais a combalida Justiça Federal e vai prejudicar os segurados da Previdência Social que moram nas regiões mais afastadas e nas cidades interioranas.

São milhares de casos que são resolvidos de forma célere, atualmente, na Justiça Estadual. Aposentadorias rurais, benefícios especiais, entre outros, que são julgados por experientes juízes estaduais, que são extremamente preparados para as questões previdenciárias e sabedores das características e peculiaridades regionais.

Os juízes estaduais, ao contrário do que o Governo Federal enxerga, podem dar aulas de Direito Previdenciário, pois julgam com maestria todas as demandas da área. São especialistas nas questões de concessão e acidentárias e sabem atuar muito bem, igualmente aos juízes federais.

São juízes, diferentemente do que pensa o presidente atual do INSS, que estudam constantemente a legislação previdenciária e suas alterações. E, assim, desenvolvem jurisprudência importante na área previdenciária pelo Brasil.

Importante frisar que muitas cidades do interior dependem da Justiça Estadual, pois os segurados não são acolhidos pela Justiça Federal em determinadas regiões. Existem lugares em que as varas federais ficam mais de 100 ou 200 quilômetros distante da residência do trabalhador. Isso seria, sem dúvidas, um grande de obstáculo para aqueles que têm problemas de locomoção, por exemplo.

É lamentável que o presidente do INSS afirme, para justificar tal decisão equivocada, que advogados usam de artimanhas para tentar ludibriar os juízes estaduais nas causas previdenciárias. Vale ressaltar que existe uma previsão constitucional de que quando não houver a Justiça Federal na comarca, fica competente a Justiça Estadual, de forma delegada.

E não se pode falar em má-fé ou generalizar o exercício profissional dos advogados previdenciários, que hoje são a grande ferramenta de Justiça social para os segurados que, muitas vezes, são maltratados e mal atendidos nas agências da Previdência Social espalhadas pelo país.

Não há justificativa plausível para essa mudança. A Justiça e os magistrados estaduais são qualificados e prestam um grande serviço social aos segurados por todo o país. Portanto, querer enxugar os cofres públicos com medidas arbitrárias e obstáculos sociais não é a melhor saída para os segurados e aposentados brasileiros.

* João Badari e Murilo Aith são advogados especialistas em Direito Previdenciário e sócios do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados.

Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada



O Imposto do Pecado: Quem paga a conta?

Este tributo é visto como uma medida potencialmente transformadora que pode impulsionar significativamente a saúde pública e a sustentabilidade ambiental no Brasil.

Autor: Divulgação


Home care, os planos de saúde e os direitos do paciente

O conceito de home care é uma prática que vem ganhando cada vez mais espaço no cenário da saúde, especialmente no Brasil.

Autor: José Santana Junior


Você contribui a mais com INSS?

Ela está lá, presente no contracheque de qualquer trabalhador com carteira assinada e nas cobranças mensais referentes ao funcionamento do MEI.

Autor: Marcelo Maia


Planejamento patrimonial ou sucessório? Na verdade, os dois!

Preocupar-se com o presente, o agora, é algo inerente a qualquer empresa. Até porque são as decisões deste instante, do hoje, que ajudam a determinar o amanhã.

Autor: Mariella Bins Santana


Aposentado pode permanecer em plano de saúde empresarial

Decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que ex-funcionários aposentados devem assumir a integralidade da mensalidade do plano de saúde, em modalidade de coparticipação.

Autor: Natália Soriani


Desafios e soluções para condomínios com a legalização da maconha

Advogado Dr. Issei Yuki aponta aspectos críticos para a administração condominial.

Autor: Divulgação


Hiperjudicialização da saúde no Brasil: gargalos e soluções

A hiperjudicialização da saúde no Brasil é um fenômeno crescente que tem gerado preocupações significativas no sistema Judiciário.

Autor: Natália Soriani


Obra analisa direitos familiares sob o viés da afetividade

Com o intuito de aprofundar os aspectos constitutivos da afetividade familiar, o doutor em Direito Caio Morau assina livro em que analisa modelos de uniões cujo reconhecimento é reivindicado por setores da sociedade, como as poligâmicas, concubinárias e incestuosas.

Autor: Divulgação


Terrenos de marinha são diferentes de praia

A Proposta de Emenda à Constituição dos terrenos de marinha (PEC 3/2022), a chamada PEC das Praias, tem fomentado debates.

Autor: Fabricio Posocco


O que você precisa saber sobre pensão alimentícia

A pensão alimentícia é um direito fundamental garantido pela legislação brasileira, assegurando que dependentes, especialmente filhos menores, recebam o suporte financeiro necessário para seu sustento, educação e bem-estar.

Autor: Divulgação


A inadequação da mediação obrigatória pré-judicial

Nos últimos anos, a sobrecarga do sistema judiciário brasileiro tem provocado o debate acerca da obrigatoriedade da tentativa de solução extrajudicial de conflitos antes do ajuizamento de ações judiciais, como uma forma de comprovar o interesse de agir.

Autor: Suzana Cremasco


Novas regras de combate ao telemarketing abusivo entram em vigor

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) implementou uma série de novas medidas para combater o telemarketing abusivo, reforçando a proteção dos consumidores brasileiros.

Autor: Divulgação