Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Paradoxo do valor: o problema que Marx não resolveu

Paradoxo do valor: o problema que Marx não resolveu

20/11/2019 José Pio Martins

Marx, que era muito melhor que os marxistas, entendeu o entrave, titubeou na escrita de sua obra econômica e não solucionou o problema do paradoxo do valor.

Empresa é uma unidade econômica que reúne fatores de produção – matérias-primas, trabalho, capital (no sentido de máquinas e equipamentos) e iniciativa de alguém – para produzir bens e serviços úteis à sociedade, destinados a satisfazer necessidades da população.

Para cumprir sua função, a empresa “destrói” os fatores de produção e cria bens materiais e serviços.

Na linguagem dos economistas, a empresa destrói riquezas e cria riquezas. Ela agrega valor quando cria mais riquezas (bens e serviços) do que as riquezas destruídas (fatores de produção).

Um dos desafios impostos à ciência econômica foi descobrir como medir o valor das riquezas destruídas e o valor das riquezas criadas, para comparar e verificar se a empresa agregou ou desagregou valor.

Como as riquezas (ou recursos) destruídas são de diferentes espécies, não dá para somar, por exemplo, toneladas de trigo com horas de trabalho e desgaste das máquinas.

Da mesma forma, as riquezas destruídas são espécies diferentes das riquezas criadas. Assim, a comparação entre as riquezas consumidas no processo produtivo e as riquezas criadas no mesmo processo somente é possível pela adoção de uma “medida de valor” única.

Uma padaria utiliza trigo, leite, açúcar, trabalho e desgaste do fogão para produzir um bolo. A atribuição de valor ao total dos fatores utilizados e ao total da riqueza produzida requer uma “medida de valor” de cada fator utilizado e de cada produto gerado.

Descobrir o valor de cada coisa é uma operação intelectual somente possível pelo cálculo econômico, cuja solução é dada pelo “preço monetário” de todos os itens envolvidos.

Na sequência, surge uma pergunta: como se obtém o preço de cada item? Pense no seguinte exemplo: um pedaço de madeira pode ser destruído para dar origem a uma escultura ou uma cadeira.

Digamos que o preço do pedaço de madeira seja R$ 100. Uma vez usado para fazer um produto, o pedaço de madeira desaparece, logo, não está mais disponível para gerar outro produto.

Ou seja, a madeira é escassa e finita. Na grande maioria, os fatores de produção são escassos, tanto os naturais, quanto o trabalho e o capital.

A sociedade tem que decidir se usa o pedaço de madeira para produzir uma escultura ou uma cadeira. A isso, os economistas chamam de “decisão de alocação” de recursos escassos.

Naturalmente, a decisão deve ser usar a madeira para produzir aquilo que tem mais valor social. Valor em economia é o grau de utilidade de um produto. Utilidade é a capacidade de satisfazer uma necessidade.

É aí que entra essa entidade tão xingada pelos socialistas: o mercado. É no livre jogo da oferta (feita pelos produtores) e da procura (feita pelos consumidores), num mercado livre, que a alocação da madeira é decidida.

O pedaço de madeira é o mesmo, mas o valor que a sociedade atribui à escultura é um e o valor atribuído à cadeira é outro. A escolha social é expressada no preço.

Se o produtor conseguir um preço de apenas R$ 80 pela escultura, portanto com prejuízo de R$ 20 (este é valor desagregado), e um preço de R$ 150 pela cadeira, portanto com lucro de R$ 50 (este é o valor agregado), é óbvio que ele, produtor, decidirá fabricar a cadeira.

A cadeira tem um preço monetário maior porque, nas circunstâncias reais da vida, a sociedade (leia-se: os consumidores, o mercado, as pessoas, tanto faz) está dizendo que ela precisa mais da cadeira do que da escultura.

E nesse aspecto não há nenhum juízo de valor. É uma simples manifestação das necessidades e preferências dos consumidores, nada mais que isso. Foi nesse ponto que Marx empacou e não encontrou solução para o que ficou conhecido como o “paradoxo do valor”.

No socialismo (ou comunismo, como queiram) não há mercado livre; sem mercado, não há preço; sem preço, não há cálculo econômico; sem cálculo, não há como a sociedade manifestar suas necessidades, suas preferências, suas escolhas, nem como resolver o problema da alocação de recursos escassos.

O socialismo pressupõe abolir o direito de propriedade privada dos meios de produção, logo não aceita a existência da empresa privada nem do mercado livre.

Marx, que era muito melhor que os marxistas, entendeu o entrave, titubeou na escrita de sua obra econômica e não solucionou o problema do paradoxo do valor.

Sua teoria econômica ficou inacabada, especialmente o livro O Capital, e somente foi concluída pelo esforço de seu amigo e financiador Friedrich Engels (1820-1895). A rigor, até hoje não se sabe ao certo quanto de Engels há na obra econômica de Marx.

O mercado não é perfeito. É apenas o mecanismo fundado na divisão do trabalho, no direito de propriedade e na liberdade econômica.

É um sistema de cooperação social destinado a satisfazer as necessidades humanas, no qual se processam trocas indiretas sob o livre jogo da oferta e da procura.

* José Pio Martins é economista e reitor da Universidade Positivo.

Fonte: Central Press



Minas Gerais já abriu quase 40 mil novas empresas este ano

Relatório da Jucemg aponta alta de 12,51% em relação aos cinco primeiros meses do ano anterior.

Autor: Divulgação


Multas e sanções administrativas podem ‘matar’ uma PME

Como evitá-las adequando-se à LGPD?

Autor: Ricardo Maravalhas

Multas e sanções administrativas podem ‘matar’ uma PME

Minas atrai investimento que vai gerar 300 vagas para engenheiros na Grande BH

Empresa Wabtec anuncia construção de novo centro de engenharia em Contagem após Minas vencer concorrência com estados de dez países.

Autor: Divulgação


Como empresas e empresários devem agir para sobreviver às intempéries

Intempérie. No dicionário, a definição para esse substantivo feminino traz como significado: mau tempo ou tempestade.

Autor: Haroldo Matsumoto

Como empresas e empresários devem agir para sobreviver às intempéries

Desafios empresariais

Empreender envolve correr riscos e encontrar soluções para os problemas das pessoas.

Autor: Leonardo Chucrute

Desafios empresariais

Um líder de verdade ensina o que sabe

Não são incomuns as histórias de profissionais que, voluntariamente, trocam de emprego para ganhar menos do que em suas posições anteriores.

Autor: Yuri Trafane

Um líder de verdade ensina o que sabe

Luciano Hang apoia manifesto isenção de impostos nas compras até US$50

Na noite de sexta-feira, 17, o dono da Havan, Luciano Hang, participou do jantar de encerramento do 39º Congresso Nacional de Sindicatos Empresariais (CNSE), em Balneário Camboriú (SC).

Autor: Divulgação


Como usar a inteligência emocional para lidar com os negócios?

Ser um empreendedor em um negócio altamente estressante é como estar em uma montanha-russa emocional.

Autor: João Roncati

Como usar a inteligência emocional para lidar com os negócios?

Azul cria fundo social para captação de recursos para desastres nacionais

Itaú Unibanco se torna o primeiro apoiador após doação de R$ 5 milhões.

Autor: Divulgação


Ultrapassei o limite do MEI e agora?

Entenda como funciona a transição para Microempresa.

Autor: Divulgação

Ultrapassei o limite do MEI e agora?

Por que tantas recuperações judiciais?

Nas últimas semanas, a imprensa reproduziu amplamente o indicador de recuperações judiciais produzido e monitorado pela Serasa Experian, a concorrente britânica do histórico SPC, este desenvolvido pela Câmara dos Dirigentes Logistas, que oferece serviços de proteção ao crédito.

Autor: Carlos Gomes


Empreendedorismo com propósito

Nasci em Nova Iguaçu, cidade do estado do Rio de Janeiro, e comecei a empreender desde muito cedo.

Autor: Leonardo Chucrute

Empreendedorismo com propósito