Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A Covid 19, as mortes e os culpados

A Covid 19, as mortes e os culpados

11/05/2020 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

No Brasil, as mortes decorrentes da Covid 19 não podem ser tributadas simplesmente à presença da pandemia em nosso território.

A maioria delas constitui a somatória do mal que veio da China com moléstias preexistentes que vulnerabilizam as vítimas.

Mas as outras, motivadas por dificuldade de atendimento no tempo adequado ou - o pior - por falta de vagas hospitalares e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) dotada de equipamentos para o combate à síndrome respiratória, devem de ser atribuídas aos sucessivos governantes que não investiram o suficiente na estrutura de saúde do país, estados e municípios e, mais ainda, àqueles que desviaram dinheiro dos cofres públicos e com isso comprometeram o poder de investimento do Estado.

Não dá para ignorar que antes da chegada do coronavírus já havia a nefasta fila de pacientes graves jogados em corredores e ou salas de recepção de pronto-socorros e outras unidades de emergência à espera de vaga nos hospitais, e que muitas dessas vítimas morreram sem o devido atendimento. Logo, a crise é anterior à pandemia e seus culpados são facilmente identificáveis.

Agora, com o mal instalado, somos obrigados a assistir a luta entre os autodenominados defensores da vida e os da economia.

Uns promovendo o isolamento praticamente total como forma de baixar a transmissão do vírus e evitar a saturação dos hospitais, e os outros defendendo o direito de trabalhar e produzir.

Uma contenda burra, que deveria ser imediatamente substituída pela união e entendimento em busca do ponto de equilíbrio que afastasse os efetivamente vulneráveis e mantivesse ativos com as devidas cautelas os menos sujeitos a adoecer e morrer.

O momento exige empenho geral e não comporta estrelismos nem aproveitamento eleitoral. Cada governante, no seu quadrado, tem o dever de dar o melhor que seus recursos permitem para a solução da pandemia e evitar falar mal dos outros, pois isso só serve para trazer pânico e desconforto à população.

Também há que se evitar que as verbas sacadas emergencialmente e dispensadas dos rigores da licitação se prestem a adquirir produtos superfaturados ou até inexistentes.

Os falcatrueiros, sejam eles públicos ou privados, têm de ser contidos e exemplarmente punidos, preferencialmente com a prisão.

Independente da vontade de cada um, estamos todos embarcados no mesmo trem da Covid 19. No nosso país ainda não há como saber se a viagem será curta ou longa.

Espera-se que o desembarque seja breve para podermos retomar a rotina. Quando isso acontecer, o ideal será que todos os cidadãos tomem como exemplo os problemas vividos durante o período epidêmico e passem a exigir mais dos governos e dos governantes.

Para, na próxima pandemia, epidemia ou simples surto, não sermos novamente atropelados pela negligência, corrupção e outros males que sucateiam o sistema de saúde e hoje levam milhares de brasileiros à morte prematura.

A justificativa de que o flagelo do coronavírus se estende por muitos países não pode prevalecer. Temos de identificar nossas impropriedades e mazelas para combatê-las. E cada país e seu povo que façam o mesmo.

O SUS (Sistema Único de Saúde), que consome montanhas de dinheiro público, não pode continuar apresentado como o maior plano de saúde do mundo e manter as falhas e inacessibilidade que, apesar de ser destinado a toda a população, levam muitos brasileiros de baixa renda a pagar planos particulares para não morrer na fila.

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Fonte: Dirceu Cardoso Gonçalves



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira