Indígenas criam visitação on-line na Amazônia
Indígenas criam visitação on-line na Amazônia
Indígenas criam visitação on-line para manter excursões em áreas protegidas e garantir geração de renda para a comunidade.
O turismo foi um dos setores impactados pela pandemia da Covid-19. No Brasil, houve uma redução no índice de atividades em 36,7%, em 2020, comparado ao mesmo período de 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O estado do Amazonas, epicentro da pandemia no Brasil, registrou uma queda de 66% no faturamento do setor, segundo pesquisa realizada pela Rede Observatório de Turismo da Universidade do Amazonas em parceria com a Amazonastur. Essa queda reflete diretamente na visitação das Áreas Protegidas (unidades de conservação e terras indígenas). Nessas áreas, o turismo é uma estratégia fundamental para promover maior apoio à conservação. E a ausência dessas visitas compromete toda a cadeia associada ao turismo.
Na Amazônia, muitas comunidades dentro de Áreas Protegidas vêm se organizando há décadas para se inserirem na atividade turística de forma mais ativa. Essa luta foi e ainda é árdua, mas para algumas comunidades já é uma realidade. É o caso da Comunidade Nova Esperança, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista, no município de Manaus.
“A partir do momento em que os turistas não puderam mais chegar aqui, a geração de renda da comunidade foi prejudicada. O ano de 2020 foi uma época de reflexão. Não sabíamos como enfrentar isso, era algo novo para o nosso povo. E mesmo com essas dificuldades, foi o momento de termos novas ideias, um processo de construção coletiva. Aí pensamos em realizar o turismo de forma virtual”, diz Joarlisson Garrido, da etnia Baré e líder do grupo de turismo de base comunitária e de artesãos da comunidade Nova Esperança.
Garrido conta que fizeram uma parceria com a Agência de turismo Braziliando, que apoiou na formação e orientação para o manuseio do aplicativo e da plataforma para conectar, transmitir e interagir em tempo real. Nasceu então a viagem on-line Conexão Baré. “Para nós, muitos paradigmas foram quebrados, a interação não se dá somente na vivência presencial, mas dessa forma virtual também”, diz ele. A partir daí, foi um efeito cascata para o turismo e, consequentemente, para a venda do artesanato que ficou mais conhecido por meio da vivência Baré.
Fonte: Circular Comunicação