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Um homem de peso

Um homem de peso

08/09/2021 Humberto Pinho da Silva

Quando as ruas das nossas cidades eram rigorosamente vigiadas, sacudir, para a via pública: tapetes, carpetes… e até simples pano de pó, era expressamente proibido.

Quem não cumprisse a Lei, sofria pesada multa. Meu pai, devido à doença, que vitimou minha mãe, contratou criadita, para realizar o meneio da casa - casarão de alforge com dez quartos! - Reservou, porém, à esposa, a alegre tarefa de confeccionar as refeições.

Apesar de avisada, esta, habituada a lidar em moradias da província, sacudia descuidadamente, tudo ou quase tudo, à janela, sem se preocupar com quem passasse no passeio.

Certa ocasião, ao sacudir o pano de pó, não reparou, que bem defronte ao prédio, estava, parado um polícia dos antigos, daqueles que não perdoava a multazinha… 

O guarda logo interrogou a vizinhança, com o fim de se inteirar da atrevida. Disseram-lhe que a casa era do Senhor Máriozinho… 

- "Máriozinho quê?! - Interrogou o janízaro.

- Não sabemos - responderam as mulheres."

Mas, a mais expedita informou: que o Senhor Manuel, dono da mercearia devia saber. Todo lampeiro, o polícia entrou na loja, de nariz empinado. O senhor Manuel ouviu-o atentamente e informou-o:

- "É o senhor Mário Pinho. Homem de peso; e muito considerado… 

- É homem de peso?! - Interrogou o agente de autoridade, estampando no rosto, expressão de receio.

- Sim: e até escreve nos jornais!… 

- Ah! muito obrigado… Muito obrigado. Se é homem de peso e escreve, é melhor esquecer a multazinha…"

Mais tarde, meu pai, ao conhecer o diálogo travado com o merceeiro, comentava, sentado à mesa oval, de mogno polido, onde tomávamos as refeições:

- "Realmente sou homem de peso… Peso oitenta e dois quilos…"

Assim se livrou da multa. Somos todos iguais - dizem os entendidos - mas há uns, mais iguais, do que outros… 

A lei é para todos. A justiça é cega… Mas, já dizia o nosso clássico Padre Manuel Bernardes:

"As leis são como as teias de aranha. Se cai nela uma pedra, rompe-a, e fica ilesa; se cai nela a mosca, fica presa, e paga o seu descuido ou atrevimento. Assim os grandes zombam das leis, e o castigo de se quebrarem, fica só para os pequenos."

* Humberto Pinho da Silva

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