A arte de amar
A arte de amar
O filme polonês “A arte de amar” joga luzes sobre a vida e a obra de Michalina Wislocka.
Conhecer trajetórias daqueles que enfrentaram preconceitos e conseguiram ajudar milhares de pessoas é um privilégio. As artes têm um papel essencial nessa possibilidade de divulgação.
O filme polonês “A arte de amar” tem esse grande mérito, pois joga luzes sobre a vida e a obra de Michalina Wislocka. Ginecologista, ela enfrenta a censura de uma Polônia socialista para publicar um livro que trata, abertamente, mas com fundamentação médica, de um dos temas mais tabus da humanidade: o sexo.
O contexto é um país, que, na década de 1970, não discutia temas como preservativos ou orgasmo de maneira clara a e acessível. Isso levava a abortos clandestinos, a mulheres infelizes e a relações conjugais baseadas no desconhecimento e na mentira.
Tanto o partido comunista como a igreja não conseguiam lidar com a questão, e a própria autora teve que vencer suas barreiras íntimas pois, como ela mesma declara, “um cego não pode falar de cores”.
A diretora Maria Sadowska trabalha duas situações: o amadurecimento de Michalina como mulher e como médica; e a luta da escritora perante o Estado e as tradições. A tarefa é realizada com louvor, já que a vida da biografada é repleta de reviravoltas na luta pela felicidade de mulheres e homens e pela construção de uma sociedade melhor.
* Oscar D´Ambrosio é mestre em Artes Visuais, doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Fonte: Oscar D´Ambrosio