Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A bandalheira tomou conta

A bandalheira tomou conta

11/01/2012 Helder Caldeira

Onde o Brasil vai parar com tanta bandalheira? De que adianta ser reconhecido como uma potência mundial, um país riquíssimo, se o povo arrasta a bunda no chão da pobreza, aprova o famoso “jeitinho” e é sistematicamente roubado todos os dias sem qualquer pudor ou penalidade?

Por que ficar se vangloriando por ter se tornado a 6ª maior economia do planeta, quando nos mantemos em posições obscenas em índices como desenvolvimento humano, educação e corrupção? Pior: somos campeões no quesito impunidade. Comemorar o que? Vamos brincar de ser “cidadãos” até quando? Como muitos brasileiros sérios, tenho a real sensação de que a safadeza tomou conta.

Vige no Brasil uma cultura medíocre de permissividade e cumplicidade com as sacanagens, com os ganhos ilegais, com tudo que é errado. Já se tornou uma constante acompanhar, todos os dias, denúncias de que alguém está fraudando alguma coisa para levar qualquer vantagem. A situação chegou a um ponto tão crítico que não há mais como apontar culpabilidades. Somos todos! Seja a padaria que frauda a tara da balança para ganhar uns centavos a mais no peso do pão; seja o laboratório que produz comprimidos de farinha; a empresa de telefonia que altera a minutagem das ligações; e tantas coisas mais.

É isso que chancela, por exemplo, a existência e manutenção de políticos que roubam bilhões todos os anos dos cofres públicos. Somos todos culpados! A última sacanagem que tomamos conhecimento vem dos postos de combustível e é algo que a maioria dos brasileiros que tem veículo automotor já desconfiava: somos roubados, roubados e roubados... de todos os lados! São os impostos surreais que incidem desde a compra nas fábricas e concessionárias, passando pelo anual IPVA que para nada serve,até o preço assombroso do combustível.

Não bastasse tudo isso, no último domingo o programa “Fantástico”, da Rede Globo, trouxe como matéria principal a denúncia, assinada pelos repórteres Eduardo Faustini e André Luiz Azevedo, de que os postos de combustível estão utilizando um sofisticado equipamento nas bombas para roubar o consumidor. A fraude chega a lesar o cidadão em até 12% do que está sendo comprado. Isso sem falar nos preços exorbitantes praticados e beneficiados pela formação de cartéis nas cidades, na incidência vergonhosa de impostos e do desrespeito ao percentual legal de mistura de álcool na gasolina, que é de 21%.

Em alguns casos, os postos estão colocando 70% de etanol e apenas 30% de gasolina. Isso representa um prejuízo de 19% no valor pago pelo consumidor. Em suma, se somarmos apenas essas fraudes que já conhecemos, a cada R$ 100 que gastamos nos postos de combustível, cerca de R$ 31 nos são roubados! E não há como reclamar ou questionar isso.

As instâncias de fiscalização e controle (ANP – Agência Nacional do Petróleo; o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis; e afins) simplesmente não funcionam, não servem para nada! Mas a pergunta que não quer calar é: por que a safadeza tomou conta do Brasil? Resposta simples: porque todos nós, para mais ou para menos, somos sacanas. E que vá para o inferno quem vier com aquele papinho chato e politicamente correto de que não é certo falar dessa ou daquela forma.

Chega dessa idiotice! Eu sei que ler, ver ou ouvir verdades inconvenientes, em geral, é um processo doloroso. Mas não podemos fugir delas se queremos uma democracia plena, real e justa. Assim como somos os trabalhadores responsáveis pela ascensão do Brasil à 6ª economia do mundo, também somos os culpados pelo país ter se tornado o império e o celeiro da bandalheira. Deixo aqui minha provocação ao debate: e agora, o que devemos fazer?

* Helder Caldeira é Escritor, Jornalista Político, Palestrante e Conferencista.



A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Onde começam os juros abusivos?

A imagem do brasileiro se sustenta em valores positivos, mas, infelizmente, também negativos.

Autor: Matheus Bessa