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A ganância é um veneno para a mente

A ganância é um veneno para a mente

21/11/2017 Milton Nonaka

A busca insaciável de riquezas e poder obscurece a mente.

Transforma em pedra o coração do ser humano. A ganância faz esquecer o bem comum e é quase sempre alimentada por mentiras e corrupção. Quando o poder e o dinheiro são colocados em primeiro lugar, organizações e até sociedades inteiras enterram valores que são eternos.

A ausência de justiça coloca pessoas contra pessoas, estados contra estados, países contra países. Em seu livro “O Renascimento de Buda”, relançado na Bienal do Rio, o autor e líder espiritual japonês Ryuho Okawa explica o que significa ser ganancioso.

“É a mente que procura sempre pegar as coisas para si. É a cobiça para ter sempre mais e mais. Dentro de um coração ganancioso há o desejo forte de se obter status social, reconhecimento profissional e fama.” Seu alerta que nos toca. “Vocês precisam compreender que a alma cai num mar de lama profundo quando cobiça algo como um ser faminto insaciável. A ganância é um veneno para a mente. Aqueles que possuem uma mente gananciosa são, na verdade, pessoas ignorantes”, diz Okawa.

A ganância nada tem a ver com o acúmulo de riquezas fruto do próprio trabalho e suor, pensando no bem-estar dos filhos, da família, pensando em amparo seguro na velhice ou no desenvolvimento de uma nação. Todos precisam competir e lutar por dias melhores, mas pensando tanto em si como nos outros, compartilhando realizações e conquistas, bem-estar e felicidade.

Essa é a justa ambição de pessoas que trabalham, sonham e buscam um mundo melhor. Os gananciosos vivem eternamente insatisfeitos, querem sempre mais e mais, passando por cima de tudo e de todos. Sempre houve ao longo da história indivíduos, governos, reinos e países dominados pela ganância.

Quase sempre suas ações levaram a guerras por conquistas ou ao acúmulo de riquezas nas mãos de minorias, criando imensas injustiças sociais, pobreza e fome. A ganância de muitos colonizadores, no passado, e hoje de países que dominam as novas tecnologias da informação ou detêm grandes riquezas naturais, como o petróleo, ainda mantêm um fosso profundo entre ricos e pobres, entre os que têm tudo e os que não têm nada, como muitas nações da África Subsaariana.

E isso sem contar que a sede de poder está por trás de conflitos aterradores no Oriente Médio e na península coreana. O que choca hoje é que a ganância, traduzida em roubalheira, está ficando mais sofisticada. Não somente se subtraem grandes recursos públicos que poderiam dar mais saúde, educação e bem-estar à população, como se usam caixas, malas e até apartamentos para esconder tesouros oriundos de obscuros pactos entre poderes públicos e empresários inescrupulosos.

À ganância oficializada em muitas de nossas instituições soma-se à de quadrilhas criminosas que estouram caixas-fortes, roubam cargas em rodovias, aplicam golpes pela internet, assaltam lojas e residências. A ganância mata os mais nobres sentimentos humanos, como a verdade, o respeito e o amor e leva a práticas condenáveis.

Quem não conhece a história do apóstolo Judas Iscariotes, que entregou Jesus aos sacerdotes judeus por 30 moedas de prata? Sua sede de riqueza não teve limites, como não tem limites o que fazem os filhos que se apossam, antes da hora, de bens que com sacrifício os pais acumularam, e o que fazem governantes e políticos com dinheiro público. Cada um de nós procure olhar para sua vida.

Quantas vezes, diante da expectativa de um ganho extra, passamos por cima dos interesses dos que nos cercam? Quantas vezes, em nome do lucro, praticamos injustiças ou fazemos negócios desonestos? Quantas vezes ficamos com o que não é nosso, como um objeto encontrado ou um troco errado? As desilusões provocadas pela ganância são marcantes ao longo da história.

Quantos governos e conglomerados empresariais ruíram por querer mais e mais sem pensar na construção de uma sociedade justa, sem pensar na felicidade das pessoas, sem se preocupar com a preservação da natureza. O vazio deixado pela ganância foi eternizado em uma das fábulas de Esopo, a da “Galinha dos Ovos de Ouro”.

Ao descobrir que uma galinha recém-comprada pusera um ovo de ouro, um camponês e sua mulher decidiram matar a galinha para se apossar de uma só vez de todos os ovos dourados que carregasse no ventre. Nada encontraram. Quem tudo quer, tudo perde, diz a sabedoria popular. Tenhamos a consciência de que nenhuma riqueza levaremos desta vida. Nossa alma só levará o bem e o amor que plantamos.

* Milton Nonaka é consultor de novos negócios da editora IRH Press do Brasil, que publica em português as obras de Ryuho Okawa.



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