Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A nefanda informalidade que mantém o Brasil

A nefanda informalidade que mantém o Brasil

29/11/2011 Sylvia Romano

De acordo com números oficiais, o Brasil está no 57º lugar entre as economias mais pobres do mundo.

Para se chegar a esse patamar foi levada em conta a economia formal, ou seja, aquela que paga todos os impostos previstos em lei — e que mantém toda uma infraestrutura governamental privilegiada e encastelada —, é espoliada por interesses políticos e, principalmente, sugada pelos altos juros e pelos nababescos salários recebidos pela maioria dos que fazem parte da corte instalada junto aos poderes constituídos. Por outro lado até que o País vai bem, mesmo utilizando-se da informalidade do emprego e tendo gente muito barata se sujeitando a ela para poder sobreviver. No Brasil todos os números são gigantescos e espantam, sobretudo os civilizados e quebrados europeus, que se atêm à nossa extensão territorial e ao número de nossos habitantes permitindo-nos entrar no grupo dos países G20, os mais fortes economicamente do mundo.

No recente episódio da “pacificação” da favela da Rocinha, alguns números do mercado de trabalho local, excluindo-se o tráfico, demonstram bem o peso da informalidade na manutenção da economia brasileira. Foram descobertos, em pleno funcionamento e empregando milhares de trabalhadores, 1.041 bares ou biroscas, 641 salões de belezas e vários outros tipos de atividades econômicas na mais completa e primitiva categoria da relação capital X trabalho, que é a informalidade. Esses estabelecimentos não são oficializados, não possuem registro algum, nem recolhem impostos de qualquer natureza e sequer fornecem segurança aos seus colaboradores, conforme a lei exige.

Mesmo assim, alguns milhares ou milhões de reais transitam e trocam de mãos todos os dias por aquele imenso mercado de trabalho, mantendo dessa forma a sobrevivência de muitos brasileiros — alguns até com um padrão de vida muito superior a trabalhadores com carteira assinada e protegidos pela nossa legislação, como atestam  os valores de venda e locação de moradias na Rocinha. Ao ter conhecimento dessa realidade, percebo mais uma vez como advogada trabalhista a urgência de se repensar e atualizar a relação empregador x empregado, pois com a atual legislação protecionista que prima por penalizar e extorquir empreendedores e empregadores através da imposição do pagamento de altos impostos e da concessão exagerada de benefícios aos seus colaboradores, a informalidade só tende a crescer, pois dentro da formalidade exigida por nossos governantes não há nenhuma possibilidade de sobrevivência empresarial. Os números estão aí e confirmam este meu pensamento.

Sylvia Romano* é advogada trabalhista, responsável pelo Sylvia Romano Consultores Associados, em São Paulo.



O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A poderosa natureza

O dinheiro é um vírus que corrompe tudo e quando a pessoa se “infecta”, dificilmente se livra.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


A maior eleição do mundo e o nacionalismo hindu

O ano de 2024 está sendo considerado o superano das eleições pelo mundo. Ao todo, mais de 50 países terão pleitos variados, dentre os quais o Brasil e os Estados Unidos.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray