Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A origem do Bolo-Rei

A origem do Bolo-Rei

29/11/2018 Humberto Pinho da Silva

Tinha chegado a São Paulo, em véspera de Natal.

A tia Helena, convidara-me para passar a consoada, com ela, e com a família. Cheguei a Alto de Pinheiros, moído por longa e maçadora viagem, às primeiras horas do dia 24. Era uma manhã inundada de Sol doirado e ameno. A pauliceia acabara de acordar.

Levava, entre as prendas natalícias, majestoso Bolo-Rei. Eu sabia, que o avô Alberto, que abalara para o Brasil, em meados do século passado, havia de gostar de ver, na mesa, o tradicional bolo português.

Ao lado do panetone, que já se encontrava sobre a toalha adamascada, que cobria a mesa, coloquei o Bolo-Rei, repleto de apetitosas frutas cristalizadas. Impaciente, aguardei, a chegada do avô; e foi com entusiástica expectativa, que esperei a reação. Entrou ligeiramente curvado, na sala medianamente iluminada.

O Sol matinal, velado pela espessa cortina de algodão, que cobria a janela, que dava para o jardim, mal conseguia penetrar. Ao ver o Bolo-Rei, perguntou-me atónito: - “Foi você que o trouxe?!”

Respondi-lhe que sim. Queria fazer-lhe uma surpresa…

Em breve, soube, que nunca vira tal bolo, na casa de sua mãe, em Vila Nova de Gaia. Admirei-me. Desde que me conheço, sempre, meus pais adquiriram-no, dizendo-me ser bolo tradicional.

Mais tarde, para satisfazer a curiosidade, investiguei a origem do “nosso” Bolo-rei, e perante minha desilusão, averiguei o seguinte: O proprietário da Confeitaria Nacional, de Lisboa, após viagem a França, nos últimos anos do século XIX, conheceu, em Paris, bolo de vistoso aspecto, confeccionado na Festa dos Reis. Trouxe a receita. Seguindo a tradição francesa. Confeccionou-o na véspera do Dia dos Reis, para ser comido ainda quente.

O saboroso bolo, rapidamente foi adquirido pelos lisboetas, e chegou a ser, quase, imprescindível na mesa dos portugueses. Entretanto foi implantada a República. O nome de “ Rei” não foi aceite pelos republicanos…

Os pasteleiros não tiveram outro remédio, senão mudar-lhe o nome. Passou a ser: “Bolo de Natal” ou “Bolo do Ano Novo”. Com o correr dos anos, os ânimos acalmaram-se e tornou ao seu primitivo nome.

O primeiro Bolo-rei, apareceu em França, confeccionado pelos cozinheiros do Rei Luís XVI, durante o almoço do Dia dos Reis. Dizem, que ao apresentá-lo, na corte, pretendiam lembrar as ofertas dos Reis Magos, ao Menino Jesus: oiro, era a côdea brilhante; a mirra, os frutos; e o incenso, o aprazível perfume que irradiava.

Precisei que o avô Alberto ficasse espantado, ao vê-lo, para vir a saber, que o tradicional bolo natalício, de português, só tem o nome…traduzido.

* Humberto Pinho da Silva

Fonte: Humberto Pinho da Silva



2024, um ano de frustração anunciada

O povo brasileiro é otimista por natureza.

Autor: Samuel Hanan


Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves