A periferia abandonada
A periferia abandonada
O noticiário das televisões nos causa forte impacto quando focaliza a situação lamentável do que se passa nas regiões periféricas das grandes cidades, entre elas Belo Horizonte.
Ruas sem calçamento, matagais, onde se escondem cobras e outros animais perigosos, valas, esgotos a céu aberto, falta ou deficiência de iluminação, que são causas de assaltos à mão armada, homicídios e até estupros, fazem parte do dia-a-dia de quem é obrigado a viver em lugares que não dignificam a vida humana.
As denúncias feitas na imprensa têm sempre a mesma resposta: estamos tomando providências para resolver o problema o mais rapidamente possível.
Mesmo que se tratasse de informação verdadeira, dever-se-ia indagar: porque se deixou que a situação chegasse a esse ponto? Por que os bairros mais distantes não recebem visitas periódicas de profissionais encarregados de impedir que haja descalabros de tal proporção?
Deve-se atentar ao fato de que, nas periferias, reside um grande número de pessoas, doentes e idosos, juntamente com trabalhadores, que prestam serviços nas regiões centrais da cidade, tendo, portanto, de atender a rígidos horários.
Causa má impressão – o desinteresse, descaso, omissão e mesmo discriminação a surrada resposta de que os descalabros objetos de reclamação serão logo normalizados, até porque isso não costuma ocorrer.
Deve-se pensar em outras soluções, até mesmo em penalidades pecuniárias capazes de ressarcir os prejudicados pela precária prestação de serviços, causadora de prejuízo e desconforto, principalmente aos moradores mais humildes da cidade.
É bom lembrar que eles têm os mesmos direitos dos que vivem, em Belo Horizonte, na Savassi, no Santo Agostinho, no Belvedere e em outros bairros denominados de “Classe “A”.