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A politicagem com o dinheiro público

A politicagem com o dinheiro público

08/01/2012 Dirceu Cardoso Gonçalves

A descoberta de que 90% das verbas do Ministério da Integração Nacional destinadas ao combate a enchentes foram destinadas a Pernambuco, estado de militância política do ministro, e só 1,5% aplicados nos municípios da área de risco do resto do país, indica a necessidade de uma urgente revisão de procedimentos.

Esses recursos, para a prevenção de sinistros, não podem ser distribuídos por critérios políticos e muito menos eleitorais. É um dinheiro destinado a salvar vidas e a minorar o sofrimento das populações vulneráveis e só nisso pode ser empregado. Os R$ 25,5 milhões que o ministro Fernando Bezerra liberou para Pernambuco cumpririam melhor sua finalidade se empregados no Rio, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e outras áreas onde hoje ocorrem mortes provocadas pelas ditas forças da natureza. O ocorrido na Integração Nacional, cujo nome soa irônico dentro da prática agora revelada, mais uma vez coloca em xeque a prática de loteamento político do governo. Os carreiristas guindados às funções, em vez de cumpri-las para toda jurisdição, acabam por privilegiar as áreas onde têm seus currais eleitorais, em detrimento das demais. Isso é recorrente e, ao longo dos anos, tem causado muitas e infrutíferas reclamações.

Através da coalisão política, o governo consegue os votos parlamentares que necessita para fazer passar seus projetos, mas é obrigado a conviver com distorções administrativas. Não é segredo que o Brasil, com o tipo predatório de desenvolvimento e urbanização, desrespeitou regras básicas da natureza. Eliminou a vegetação das margens dos rios, construiu em encostas, urbanizou áreas de várzeas e cometeu outros desatinos ambientais. Os prejuízos vão se somando e, cada dia mais, ocorrem as catástrofes que nada mais são do que a cobrança da Mãe Natureza, pelos agravos sofridos. Muitos estudos identificam os problemas e indicam as soluções. O país tem conhecimento e tecnologia para a busca do equilíbrio, mas depende de recursos, vontade político-administrativa e, principalmente, continuidade de ações.

É comum a prática de socorrer as populações na hora do sinistro e depois deixá-las entregues à própria sorte, como ocorreu mais recentemente na região serrana do Rio de Janeiro. Espera-se que o governo seja suficientemente forte para afastar a liberação de suas verbas – que são de todo o país - do preferencialismo político-eleitoreiro. Os ministros e demais dirigentes de órgãos federais têm de ser conscientizados da abrangência nacional de seus postos e a voltarem seus olhos para a magnitude dos problemas colocados sobre suas mesas, jamais para as próximas eleições.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves* é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).



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