Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Adicional de risco não garante segurança dos motociclistas

Adicional de risco não garante segurança dos motociclistas

28/06/2014 Fernando Medeiros

Foi sancionada na última quarta-feira a lei que regulamenta o adicional de periculosidade para profissionais que utilizam motocicleta como instrumento de trabalho.

Na prática, a nova lei garante um pagamento extra de 30% sobre o salário destes trabalhadores. Não quero entrar no mérito da questão se o pagamento é justo ou não, nem tampouco me ater ao percentual aprovado. Quero, porém, convidar você a uma reflexão sobre alguns pontos. Sob o aspecto financeiro é indiscutível que esta categoria merece melhores níveis de remuneração e este é o grande motivo de comemoração dos profissionais. Por outro lado, temos a questão da segurança destes milhares de motociclistas.

O grande argumento do senador Marcelo Crivella, que apresentou o projeto, foi de que com o adicional, o trabalhador terá mais condições de comprar equipamentos de segurança. Não deixa de ser uma verdade, mas sinceramente não acredito que este dinheiro se converterá em maior segurança ou em uma garantia financeira para eles em caso de acidente. Há muitas outras prioridades quando o orçamento é curto e, creio que estas outras prioridades levarão este dinheiro.

Os motociclistas profissionais precisam de melhores garantias em caso de acidente. É sabido que atualmente eles e os demais motociclistas acidentados são motivo de enorme preocupação para os cofres do INSS, portanto precisamos buscar alternativas nesta direção. Talvez um fundo especial com estes recursos seria uma alternativa. Cito apenas um exemplo no sentido de refletirmos que a questão vai muito além do nível de remuneração. Nosso país precisa de um esforço conjunto para reduzir o número de acidentes e também repensar o que fazemos quando eles acontecem.

A frota brasileira no ano de 2000 era de 4 milhões de motos e atualmente é de 21 milhões. A maneira como tratamos esta frota e estes profissionais, pouco mudou. Os avanços acontecem de maneira desproporcional. Entre estes poucos avanços podemos destacar a regulamentação da profissão de motofrete e mototaxis, a criação das pouquíssimas faixas exclusivas existentes no país e os espaços exclusivos existentes em alguns semáforos de São Paulo.

Enfim, precisamos repensar a maneira como tratamos esta frota e seus usuários e assim obter mais avanços. É preciso planejar o nosso trânsito e vias de maneira a contemplar as motocicletas. Tampas de ferro de galerias de esgoto representam risco aos motociclistas. Não precisa ser especialista para saber que aquilo escorrega, principalmente quando estão molhadas. Faixas pintadas nas ruas requerem tintas especiais, pois algumas que temos visto ficam absurdamente lisas quando úmidas. Em São Paulo, por exemplo, pintaram algumas faixas vermelhas para demarcar ciclovias.... Um perigo, se estiverem molhadas. Outra questão é rever a maneira como os novos usuários tiram habilitação.

Atualmente os CFCs - Centros de Formação de Condutores - ensinam os novos pilotos a passarem no exame para habilitação e não para pilotarem nas ruas. Mais um exemplo a ser revisto é a questão da venda de peças usadas, pois peças recondicionadas em motocicletas representam um enorme risco para os usuários e alimentam uma indústria de crimes cada vez maior e mais violenta. Enquanto tudo isto não ocorrer, espero que os beneficiários desta nova lei adotem por sua própria conta as medidas preventivas necessárias, e principalmente que pilotem suas motocicletas com muita responsabilidade e entusiasmo, afinal andar de moto é sempre uma grande alegria.

*Fernando Medeiros é diretor executivo da ASSOHONDA.



2024, um ano de frustração anunciada

O povo brasileiro é otimista por natureza.

Autor: Samuel Hanan


Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves