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Armazenagem: desafios de uma produção recorde em 2022

Armazenagem: desafios de uma produção recorde em 2022

21/02/2022 Paulo Bertolini

“O Brasil é o celeiro do mundo”. Essa frase foi um slogan nacional durante o governo de Getúlio Vargas que ganhou mais força nas últimas décadas em virtude dos resultados alcançados pelo nosso agronegócio, principalmente na produção de grãos.

Podemos afirmar que o Brasil alimenta quase 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, o que é uma imensa responsabilidade para garantir sua segurança alimentar.

Essa responsabilidade também é da cadeia logística pós-colheita, principalmente do setor de armazenagem de grãos.

A capacidade estática de armazenagem de grãos não tem acompanhado o crescimento da produção brasileira, apesar de todos os esforços que existem dos governos que vem se sucedendo em investir na área.

O deficit tem sido crescente e alcançará 80-90 milhões de toneladas esse ano, um recorde negativo. Não fosse a frustração de safra no sul do país, ele chegaria a mais de 110 milhões de toneladas, o que poderia causar um verdadeiro caos logístico no país.

Estamos produzindo cada vez mais, o que significa que os produtores brasileiros são competentes e que há mercado para nossos produtos.

Temos uma projeção de crescimento da produção brasileira invejável para o mundo, apesar de nós só cultivarmos ainda 9% do território nacional.

Podemos dobrar a área agrícola ao longo dos próximos anos, sem derrubar árvores, usando pastagens degradadas em regiões de possível implantação da agricultura.

O Brasil não está em um estágio de produção madura como, por exemplo, estão os Estados Unidos. Estamos ampliando a produção. A cada ano produzimos, em média, 10 milhões de toneladas de grãos a mais.

Essa produção circulando demanda mais caminhões, rodovias, portos, entrepostos logísticos e sistemas de armazenagem.

O produtor está ganhando eficiência e produtividade, apoiado pela pesquisa que lança novas variedades e híbridos todos os anos, desenvolve biotecnologia, orienta a correção dos solos e o plantio direto, sempre visando a sustentabilidade da produção.

O desafio do país é acompanhar essa onda oferecendo uma infraestrutura mais racional e suficiente para essa produção crescente.

Hoje, a armazenagem de grãos está muito concentrada em centros urbanos e pouco dentro de fazendas. Segundo dados do MAPA, mais de 80% dos armazéns estão nas cidades, indústrias e portos, e menos de 20% estão juntos às lavouras.

Portanto, incentivar a construção de armazéns de grãos na fazenda trará maior racionalidade ao processo logístico pós-colheita, maior controle e economia para os agricultores e maior segurança alimentar aos consumidores, pela distribuição da produção em armazéns em todo o território nacional.

Para zerar o atual deficit armazenagem, o Brasil precisaria investir em torno de R$ 80 bilhões, e esse investimento deveria acontecer preferencialmente dentro das fazendas.

Portanto, a oferta de crédito em quantidade suficiente, prazo compatível e juros fixos são fundamentais para que o produtor invista em armazenagem.

O crédito para construção de armazenagem tem sido o principal entrave para mitigação do deficit crescente e uma análise sobre isso merece um artigo específico.

O custo para construção de um sistema de armazenagem varia de R$ 900 a R$ 1.100 por tonelada estática, talvez hoje R$ 1.200 porque o aço subiu muito.

Só que desse total, apenas 45-50% está destinada aos equipamentos (silos, secadores, limpadores, transportadores etc), o resto são obras e serviços complementares ou de infraestrutura para implantar a obra.

Os fabricantes brasileiros de equipamentos de armazenagem estão preparados para o desafio de reduzir o deficit de armazenagem. Têm tecnologia moderna, tanto é que essas empresas também exportam seus equipamentos.

A capacidade fabril brasileira de equipamentos de armazenagem tem crescido, e pode crescer mais e rapidamente. As estatísticas do setor feitas pelo Departamento de Estatística da Abimaq mostram, inclusive, uma capacidade ociosa das fábricas que poderia ser suprida, caso o mercado demande.

A melhoria dessa infraestrutura de uma forma mais organizada e com uma visão mais estruturada, vai causar um impacto de crescimento significativo da agricultura brasileira e todo mundo vai ganhar com isso, principalmente os consumidores que terão produtos mais baratos armazenados com segurança.

Mais armazéns também possibilitam “carregar” estoques para períodos de entressafra, garantindo o suprimento de grãos e reduzindo a oscilação de seus preços.

* Paulo Bertolini é diretor da Granfinale Sistemas Agrícolas e presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos.

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Fonte: Vervi Assessoria



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