Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Bullying, a tragédia na escola e fora dela

Bullying, a tragédia na escola e fora dela

01/04/2023 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

O assassinato da professora Elizabeth Tenreiro, de 71 anos por um aluno de 13 a quem ela teria, dias antes, repreendido ao separar uma briga na escola estadual Tomasia Montoro (Vila Sonia - zona oeste de São Paulo) é mais uma testemunha da insegurança na rede escolar e falta de controle sobre os jovens.

Passados alguns dias, ou semanas, esse triste episódio, que também fez outros quatro feridos, cairá na rotina dos acontecimentos e não será mais do que uma simples página da crônica ao lado de centenas de outras que relatam o sofrimento, de maior ou menor dimensão, vivido dentro da comunidade escolar.

Derivado do termo inglês bully - que pode ser traduzido como intimidar, brigar, maltratar, ameaçar e pode identificar o indivíduo como agressor, bruto, insolente, valentão e  de outros inconvenientes - convencionou-se que bullying é o ato de maltratar, humilhar e intimidar.

O problema é estudado desde os anos 70, na Noruega e sua identificação alastrou-se pelo mundo. Chegou ao Brasil na virada do século (1999/2000), mas tanto aqui quanto no exterior, só aumenta, com o passar do tempo, como se observa pelos atentados, conflitos e maus-tratos, especialmente de alunos contra professores.

Onde há uma escola, grande, media ou pequena localidade e independente de outras variáveis, está presente essa alarmante problemática.

Sem dúvida, o bullying ou violência no âmbito escolar, é resultado da ordem social mundial das últimas décadas. Os códigos de violência tomaram os jovens de assalto e os professores costumam ser suas vítimas porque em boa parte das vezes, são os únicos de seu convívio que tentam lhes impor limites.

A solução parece distante, mas a mobilização é necessária. Enquanto os especialistas buscam a gênese do problema, as famílias deveriam dedicar mais atenção e tempo à orientação dos seus jovens.

Mesmo que essa atitude não seja o suficiente para solucionar o mal, pai, mãe e familiares, em ação preventiva, podem evitar que seus filhos se tornem vítimas ou agressores e tenham o futuro comprometido caso participem de algo mais grave.

Embora envolva aspectos de segurança, é lícito pensar que bullying não é caso de polícia. Só passa a ser quando as desinteligências decorrentes levam ao cometimento de crimes.

Casos como o da professora Elizabeth e outros que produziram vítimas no espaço escolar nāo teriam ocorrido e ainda podem ser evitados se as escolas forem equipadas com portais detectores de metais como os existentes nos fóruns judiciais, bancos e outros estabelecimentos.

A não entrada de armas de fogo, facas, canivetes e similares tornará o ambiente mais salubre e, logicamente, economizar vidas e sofrimento.

Mas não dá para ignorar que os ataques também poderão ocorrer na rua, no supermercado, no posto de combustível ou qualquer lugar, por diferentes motivações.  

A Pedagogia, através dos seus centros de saber, precisa encontrar fórmulas que salvem o alunado dessa nefasta rebeldia e os levem a priorizar a socialização, o aprendizado e a buscar na escola a profissionalização que tornará melhor o seu futuro.

O Judiciário, por seus órgãos especializados, deve buscar alternativas anteriores às da repressão e do apenamento. Governos e parlamentares têm de se debruçar sobre o problema e mirar a prevenção pois depois que o bullying deságua em crime, todos já sabemos o que ocorre e isso não é solução.

O jovem deve ser alertado desde a tenra idade para os problemas que encontrará na passagem pela escola e na sociedade, que terá de frequentar para construir seu futuro pessoal e profissional.

Pais e familiares o ajudarão muito se conseguirem incutir a cultura de não agressão, deboche ou segregação dos diferentes, se informarem à sua criança que existem indivíduos problemáticos que, provocados, poderão chegar a extremos, destruir a vida de terceiros e até a própria.

A propósito, esse tema justificaria até a realização de campanhas governamentais de cidadania, através dos meios de comunicação, valorizando as boas relações humanas e pessoais, o pacifismo e a não agressão entre os indivíduos, respeitando-se as diferenças.

Só o cuidado partido do lar e potencializado pelas campanhas e nas ações dos grupos sociais, poderá evitar muitos problemas e tornar menos penosa a espera até o dia em que a ciência social e educacional possa decifrar e neutralizar os códigos que levam ao bullying em suas múltiplas facetas.

A prevenção aos distúrbios do gênero é um importante trabalho de governo e seus órgãos. Não há o que se falar sobre ação policial, pois esta só ocorre durante e depois do crime. O ideal é evitá-lo. É preciso mitigar o ataque antes dele ocorrer e se tornar caso de polícia...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Para mais informações sobre bullying clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira