Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Carta à tecnologia, com amor

Carta à tecnologia, com amor

15/06/2021 Wanessa Moriyama

Há alguns anos, li um artigo no jornal americano The New York Times, intitulado ‘Para Siri, Com Amor’, sobre o relato de uma mãe acerca da relação de Gus, seu filho autista, de 13 anos, com a assistente pessoal eletrônica da Apple.

Judith Newman, jornalista por formação, explicava que, ao direcionar à inteligência artificial as diversas perguntas que seu filho lançava sobre temas corriqueiros como trens, aviões, ônibus, escadas rolantes e, sobretudo, o clima da cidade em que moravam, ela se culpava e questionava sobre “quão ruim” poderia ser considerada como mãe, já que “terceirizava” algumas etapas de interação com uma criança dentro do espectro do autismo.

Pouco tempo depois, Judith percebeu que – ao contrário do que imaginava – a interação com a pequena caixa tecnológica não a fazia “menos mãe” e ainda ajudava a melhorar a percepção de Gus sobre as relações interpessoais com seres humanos.

As respostas sempre diretas e sucintas de Siri, acompanhadas de uma educação e polidez incondicional, mesmo quando não havia tal reciprocidade de seu interlocutor humano, fez com que Gus entendesse a importância da comunicação para se viver em sociedade, mesmo que ele ainda não estivesse completamente consciente de que tem aprendido tal lição.

No seu bonito relato ao Times, Judith dizia que “em um mundo em que o senso comum é de que ‘a tecnologia nos isola’, vale a pena considerar o outro lado da história”.

E aqui faço uma consideração importante: a recorrente crítica, direcionada em sua grande maioria para smartphones, que atrapalhavam reuniões familiares e happy hours antes da pandemia, não deve considerar que essa mesma ferramenta ajuda um cansado pai viajante a ver o rosto de sua filha de três anos por 15 minutos, durante uma viagem a negócios?

Será que, assim como Judith, não temos focalizado um ponto de vista “equivocado” nesta história toda de terceirização e isolamento humano?

Minha resposta é afirmativa, e a pandemia não me deixa mentir. Como estaríamos hoje (um ano após o início da dramática crise de saúde que nos atingiu em todos os níveis possíveis e impossíveis) sem as reuniões online, os relatórios enviados por e-mail, os serviços de e-commerce ou aquela ligação por vídeo para nossos pais idosos, enclausurados em suas casas, com medo de um vírus invisível?

Acredito que essa deve ser a atitude ao encararmos a inclusão das tecnologias em nossas relações interpessoais e profissionais.

Não é, de forma alguma, uma substituição da mão de obra humana, tampouco das relações emocionais e sociais entre pessoas, tão importantes em momentos como os que temos vivido.

As facilidades geradas por ferramentas tecnológicas são infindáveis e, se usadas de forma consciente, podem trazer um grande número de vantagens para o lado de dentro das portas de nossas casas e escritórios.

Aposto que Gus, e sua inspiradora mãe Judith, concordam comigo.

* Wanessa Moriyama é supervisora da equipe do NOC (Network Operation Center), que integra a área de Data Center e Administração de Redes do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).

Para mais informações sobre tecnologia clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Central Press



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira