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Chavistas afrontam o Brasil e a civilidade democrática

Chavistas afrontam o Brasil e a civilidade democrática

30/06/2015 Lucas Berlanza Corrêa

Em outros tempos e conjunturas, seria lido, com boa dose de razão, como um ato de guerra.

Os infames chavistas, amantes da ditadura e da tirania, coletivistas bolivarianos com sua paixão fingida pelo pobre e pelo desvalido, e seu amor pela bonança particular dos “companheiros”, uma vez mais demonstraram ao mundo sua face covarde e imoral.

Desta vez, em afronta direta e inolvidável ao Brasil, na figura de um de seus Poderes republicanos – em missão oficial, previamente acordada, representando a nossa pátria.

E boa parte da nossa imprensa, em descumprimento total de seu dever, reduz as dimensões do fato e ainda usa a expressão “manifestantes” para se referir aos trogloditas que o provocaram.

Uma comitiva de senadores oposicionistas, incluindo Aécio Neves, Cássio Cunha Lima, Aloysio Nunes e Ronaldo Caiado, esteve no país vizinho com o intento de visitar os presos políticos e verificar o estado da democracia por aquelas bandas.

Chegaram ao país e estavam junto à parlamentar cassada María Corina e Lilian Tintori, esposa do líder venezuelano detido Leopoldo Lopez, que encontrariam primeiro.

Encontrariam. Abandonados prontamente pelo embaixador brasileiro na Venezuela, sem qualquer tipo de proteção oficial, eles tiveram seu ônibus cercado e esmurrado, numa clara intimidação. Segundo Caiado, também lançaram pedras contra o veículo.

Uma violência inadmissível no país vizinho contra uma delegação nacional. É uma ofensa não apenas à pessoa dos senadores, mas ao Senado Federal, ao Brasil e, somando-se a todas as atitudes repressivas – até muito mais violentas – já cometidas sob a tutela do tacanho regime em vigência na Venezuela, uma ofensa aos valores mais nobres da democracia e da humanidade.

Os senadores acabaram com o trânsito travado, alegadamente por “obras de manutenção”, e o terminal com o avião da FAB que os aguardava estava fechado. Permaneceram “ilhados” por um tempo, até finalmente decidirem pegar o voo de volta ao Brasil, vendo frustradas as intenções originais da viagem.

Foram bem-sucedidos, porém, em alguma coisa, à revelia de suas vontades: demonstrar a todos, sentindo na própria pele, até que ponto a casta bolivariana latino-americana pode chegar. E pode chegar muito longe.

Sua sanha em calar o contraditório é patente – além de acobertada e tolerada pelo governo brasileiro, em sua despudorada cumplicidade, já exaustivamente demonstrada, entre outros sintomas, pela sua inoperância, como liderança regional, diante do absurdo.

Um agente não-identificado da Polícia Nacional Venezuelana, segundo reportagem de Sami Adghirni na Folha de São Paulo, afirmou que “é evidente” que o bloqueio da passagem dos senadores é uma “sabotagem” do regime local, pois se houvesse intenção, haveria naturalmente alternativas possíveis para o deslocamento, com escolta. Não há dúvida; a América Latina vive uma guerra.

Uma guerra desigual, entre parcelas despertas do povo, conscientes da opressão exercida pelo esquema vigente de poder, e os tiranos que, em uma mescla de socialismo e populismo, tecem teias criminosas sobre as entranhas das nações em que se encastelam.

Para mostrar seu apreço pela liberdade, as esquerdas mais radicais do Brasil, em clara “demonstração do seu patriotismo e seu sentimento humanitário”, relativizaram o ato, ou mesmo ironizaram os senadores agredidos. A nossa querida velha conhecida Cynara Menezes, a Socialista Morena, foi uma a comparar essa agressão aviltante às manifestações populares brasileiras contra a presidente Dilma Rousseff.

Gostaria de saber em que lata de lixo esses hipócritas enfiaram o seu bom senso. Em momento algum aplaudimos ou incentivamos, nós que combatemos o (des)governo de nossa infeliz mandatária, manifestações violentas contra sua figura.

E isso apenas não aconteceu! Seguramente não acreditam que a intimidação direta e violenta aos senadores, no veículo em que faziam uma visita oficial representando outro país – frise-se isso – se comparam às vaias sonoras com que, em legítimo direito, os brasileiros, eleitores e pagadores de impostos, recepcionam a representante pública da infame casta que os constrange internacionalmente e esmaga seus sonhos e aspirações.

Não; os que fazem troça e os que celebram a agressão sabem muito bem o que estão dizendo. São, ao aprovarem tamanha ofensa, ao celebrarem-na com gracejos e aplausos, verdadeiros traidores da pátria – que, tal como o PT, não amam e não respeitam a bandeira brasileira.

Não somente o PT (cujo líder na Câmara, Sibá Machado, debochou, dizendo que a queixa dos senadores era não terem sido convidados para um almoço com o tiranete Maduro); também o PCdoB e o PSB hesitaram diante da moção de repúdio ao gesto, felizmente aprovada, ao considerarem essa atitude, segundo o site Antagonista de Diogo Mainardi e Mario Sabino, “precipitada”.

Ofendem nossos melhores princípios, e ofendem, sobretudo, nossa inteligência! A moção de repúdio é importante e necessária, mas é pouco. O que aconteceu neste dia 18 de junho de 2015 foi muito grave. É motivo para profundas retaliações e para uma reação à altura do Brasil.

Provavelmente teremos de esperar que ela venha das próprias oposições agredidas; o governo, presumo, pouco ou nada desejará fazer, a julgar pela pompa com que recebe enviados do patético filhote de Hugo Chávez que hoje mantém a Venezuela sob suas rédeas.

Aliás, segundo o Estado de São Paulo, Dilma já sinalizou para isso, considerando que as oposições criaram um “constrangimento” ao seu governo com essa visita, que seria uma intromissão nos assuntos venezuelanos. Que reajam elas então!

Que atuem, que reajam os verdadeiros amantes da liberdade, os que respeitam as estruturas fundamentais sem as quais não subsiste a ordem civilizada! Que reajam aqueles que ainda têm respeito pela bandeira brasileira e pelos valores de liberdade de homens como Joaquim Nabuco e José Bonifácio!

Que reajam os que não hão de se acovardar perante a tirania que se entoca no país vizinho, fazendo derramarem o sangue e as lágrimas dos nossos irmãos venezuelanos – e que, agora, cospem em nosso próprio pavilhão.

Se ainda queremos conservar alguma dignidade, precisamos responder, com força e convicção, como suspeitamos que nosso Itamaraty, nossa diplomacia de tanta tradição aos tempos de Rio Branco e Osvaldo Aranha, não fará, entregue que está aos mesmos vermes que corroem estas terras tropicais.

Pelos brasileiros e pelos venezuelanos, precisamos unir forças e chamar a atenção do mundo; somente assim caminharemos para a vitória da liberdade!

* Lucas Berlanza é Acadêmico de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, na UFRJ, assessor de imprensa e colunista do Instituto Liberal.



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