Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Como conheci o principezinho loiro

Como conheci o principezinho loiro

21/12/2022 Humberto Pinho da Silva

Casos curiosos da infância de Dom Duarte de Bragança.

Andava eu pelos meus dez anos (seriam onze?) quando conheci o Senhor D. Duarte Pios de Bragança.

Frequentava, o principezinho, o segundo ano, turma A, do Liceu Alexandre Herculano, no Porto: Foi-lhe dado o número: quatro. Era menino robusto, de tez clara, recatado e retraído; rechonchudinho e coradinho. Um guapo rapaz!

Possuía farta e vistosa cabeleira cor de ouro velho, que o destacava dos restantes, quase todos moreninhos e cabelos cor de ébano. Sentava-se o nosso principezinho na primeira fila, rente à janela, que abria para o recreio.

Certa ocasião, o príncipe, recebeu de tia, moradora em país de grandes compositores e altas montanhas, cobertas de alvas neves no inverno e de lindas flores silvestres, na primavera, relógio de pulso, cobiçado por muitos.

Estava o mestre a dissertar, quando paira no ar estranho e irritante sussurro. O que seria!? Estupefacto, interrompe a elucidação, e logo dezenas de curiosos olhinhos espantados, volveram-se para o nosso príncipe.

Ergueu-se o principezinho, e declarou, concisamente:

O relógio era despertador. Inexplicavelmente, sem desejar, começou a soar. – Estava esclarecido o insólito.

Como os principezinhos das histórias de encantar, possuía, também, objetos mirabolantes, e hábitos estranhos. Estranhíssimos!!!...

Não queiram lá saber o que aconteceu em fria manhã de inverno: o menino príncipe, enfia a mão na algibeira e retira papel sedoso, e assoa-se.

O quê!? - Interrogam-se varados os petizes. - Ele limpa o nariz a papéis!?... O mais afoito investigou o inusitado enigma... Eram lenços de papel!.... Desconhecidos, em 1956, em Portugal....

Mas, em dia aziago, aconteceu inesperada tragédia:

Dona Delfina – esposa do jurista Lopes Cardoso, – resolveu realizar íntima festinha. Entre os convidados, contava-se o nosso principezinho. Comeram e beberam leite achocolatado. Depois solicitaram autorização para se retirarem.

O grupinho do príncipe era constituído, pelo Daniel, filho mais novo de Lopes Cardoso (meu informador das peripécias aqui referidas,) João Campos, António Baia e Emanuel Caldeira Figueiredo.

Assentaram, os garotinhos, dar curto passeio de bicicleta. Como os pneus estivessem em baixo, o grupinho, demandaram açodados, à Rua de Camões (Gaia,) em busca da oficina de José Grilo.

Inesperadamente, surdiu, enfurecido cachorro, que embirrou com D. Duarte. Aflito, atarantado, aturdido, refugia-se, encafuando-se numa viatura, com tanta infelicidade, que o vidro da janela estalou em pedacinhos. E agora? Agora o pai do príncipe, com dignidade, reparou o dano.

Certo dia desapareceu o nosso principezinho... Soube-se que fora para as " Caldinhas". Passaram-se longas décadas. O diretor do jornal, onde era redator, encarregou-me de elaborar, entre outras entrevistas, curtíssima biografia de D. Duarte.

Nessa ocasião o meu principezinho encontrava-se casado, e era agora o Senhor Duque de Bragança.

Enviou-se-lhe o periódico. Ele e Dona Isabel, dirigiram-me afetuosa missiva e foto autografado, que conservo religiosamente.

Assim terminam as minhas singelas reminiscências do principezinho loiro, que em 1956, estudava num liceu portuense, e brincava, ria e chorava, como qualquer criança portuguesa.

Bons tempos!...

* Humberto Pinho da Silva

Para mais informações sobre infância clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!



O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A poderosa natureza

O dinheiro é um vírus que corrompe tudo e quando a pessoa se “infecta”, dificilmente se livra.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


A maior eleição do mundo e o nacionalismo hindu

O ano de 2024 está sendo considerado o superano das eleições pelo mundo. Ao todo, mais de 50 países terão pleitos variados, dentre os quais o Brasil e os Estados Unidos.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray