Como será a sala de aula do futuro?
Como será a sala de aula do futuro?
Qual o futuro da sala de aula? Questões como esta há tempos levam os especialistas a projetarem possibilidades, para melhor planejar e prever como tornar melhor o ensino.
É certo que a Internet provocou uma revolução inimaginável, especialmente pela facilidade de acesso a tantas informações. Tais tecnologias favorecem a atual geração de estudantes, que de modo muito mais rápido têm condições de fazer pesquisas e obter dados em muito menos tempo do que no passado.
Percebemos também que empresas culturais, entidades que lidam com a preservação do conhecimento, museus, etc., têm conseguido organizar muito melhor seus acervos, digitalizando documentos, fotografias, áudios e vídeos, oferecendo assim uma gama de oportunidades que não tínhamos antigamente ao nosso dispor.
O x da questão é como otimizar tudo isto, como ter um aproveitamento que realmente faça a informação se tornar conhecimento, pois o grande desafio é saber selecionar tudo isto, linkar as coisas certas, fazer as devidas associações, enfim, armazenar e organizar tantas informações, de modo que possamos entender melhor a realidade em que vivemos, e interagir com soluções mais apropriadas para os problemas que continuam a exigir de nós soluções inteligentes e eficazes. A sala de aula não será a mesma. O professor de avental branco e giz já não dão conta do contexto atual e as demandas existentes.
É preciso investir também para tornar a sala de aula melhor estruturada, com data-show para exibição de filmes, aulas em power-point, etc. Dependendo do número de alunos o professor precisa ter microfone, porque não há voz que aguente uma sala numerosa, muitas vezes sem ventilação e com interferências de outros barulhos que vem de fora, e até me som da agitação dos alunos.
A voz precisa chegar a todos, para que haja uma audição que permita ouvir com clareza o que diz o professor. Seria interessante que todas as mesas de alunos fossem apropriadas para instalação de notebooks, com acesso a Internet, pois facilitaria muito as pesquisas, a busca de complementos de dados, e até mesmo uma interação com redes sociais. Uma aula bem preparada, com power-point, texto e imagens enxutas, bibliografia, etc., ajuda, e muito, para que o aluno se interesse mais pelas questões desenvolvidas, e o professor age como um facilitador do processo, e até um estimulador.
As atuais tecnologias da informação podem, sim, favorecer o processo de aprendizagem, mas nada disso substituirá o professor, que será como uma espécie de maestro, dando direção, fazendo as abordagens, levando o aluno a aprender a pensar, a ter criatividade, a ser uma cabeça pensante crítico e construtivo. Ainda veremos muitas outras mudanças.
É possível que o ensino a distância (EAD) também seja ampliado, que haja professores particulares que interajam com alunos em redes virtuais, que dêem aulas em casa, para estudantes que estejam em centros de pesquisas ou mesmo em suas casas. Tudo é possível. Mas sempre haverá mestres e alunos, quem ensina e quem aprende, e ambos no constante processo de maturação de suas capacidades e potencialidades.
Aqueles que se dedicarem com seriedade, que estudarem e souberem lidar com estas novas realidades, terão sucesso profissional e pessoal, e perceberão que as tecnologias podem trazer mais benefícios do que imaginamos. Tudo é uma questão de saber como utilizar tudo isso em favor da vida.
Valmor Bolan é Doutor em Sociologia e Presidente da Conap/Mec (Comissão de Acompanhamento e Controle Social do Prouni).