Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Comunicação por app: efetiva ou invasiva?

Comunicação por app: efetiva ou invasiva?

18/06/2018 Liliana Ciardi

Nos últimos dias, por diversas vezes, fui acordada pelo barulhinho de aviso de alguns aplicativos às 5h, às 6h e às 7h da manhã.

Comunicação por app: efetiva ou invasiva?

Bastante irritada com os horários e com a frequência que isso vinha acontecendo, e, já que comunicação é a minha área, resolvi pensar a respeito.

A primeira pergunta que eu me fiz foi: Será que esse tipo de contato com o cliente realmente gera resultados?

Tomando a minha experiência como base, penso que não. No meu caso, a comunicação não foi efetiva. Muito pelo contrário, para mim, ela foi invasiva e totalmente ineficiente. E, por isso, resolvi que se fosse utilizar esse tipo de serviço durante o dia, que ele não seria por meio daquela empresa.

Logo em seguida, fiz outra ponderação: Ok, eu sou chata e posso estar exagerando na chatice. Pensei: muito embora eu duvide que alguém não ficaria furioso após ser acordado antes do seu próprio despertador, por uma semana inteira, eu até entendo qual é o objetivo da empresa ao lançar mão dessa tática. Eles querem garantir que seu público esteja ciente de suas promoções logo cedo, para poder tomar decisões ao longo do dia. Mas, aí, eu volto a perguntar: para atingir uma base pequena de consumidores que acordam muito cedo, vale a pena incomodar os que não têm esse hábito? Na minha opinião, não vale o risco. Sério, eu quase deletei o app!

Mas, então, o que fazer? A resposta é simples. Eu acredito que, sim, a comunicação por app pode ser muito efetiva, sim, e, sem ser invasiva. Basta que ela seja estratégica.

É preciso lembrar do que aprendemos lá no 1º ano de faculdade de comunicação. Toda mensagem necessita de um emissor e de um receptor. É ele, o interlocutor, que deve ser o seu foco, nesse momento.

Sendo assim, vale buscar inspiração pelo mercado. Recomendo uma abordagem extraída de aprendizados do marketing digital, por exemplo. Pois, é fato que, atualmente, essa prática está cada vez mais focada em comunicação segmentada e vem fazendo uso de táticas assertivas e ferramentas de alto nível, para traçar o perfil do público-alvo com a maior precisão possível, com muito sucesso.

Meu conselho para as companhias que se comunicam via app é o seguinte. Seja pioneiro! Antecipe-se à onda de atualização de privacidade, o tão falado GDPR (General Data Protection Regulation), que ainda não é obrigatório no Brasil, e tire algum proveito real dessa novidade. Afinal, para mim, receber mensagens de madrugada é invasão da minha privacidade. Enxergando com essa visão, o timing é perfeito. Uma excelente oportunidade para você saber mais sobre seu receptor e aprimorar o seu contato com ele.

Ampliando o escopo do comunicado do GDPR, você pode questionar o seu interlocutor diretamente e atualizar também os horários em que ele aceita receber comunicação e em quais formatos, além de ter a chance de medir o nível de interesse que ele tem para cada tipo de assunto. Sendo CRM o termo do momento, essas respostas adquiridas são muito valiosas. Agindo assim, os resultados serão abrangentes e promissores.

A começar pela sua comunicação, que será realmente efetiva. Ela vai falar com quem interessa, na hora que interessa e na forma que interessa. Além disso, deste modo, sua empresa, certamente, conquistará mais admiração de seu público, que se sentirá relevante, ouvido e respeitado.

Consequentemente, comunicação efetiva e admiração geram lealdade, mas isso é assunto para outro artigo.

Em tempo:

Ah, você deve estar se perguntando como será que eu fiz para acabar com o problema do despertador fora de hora, não é? Resolvido! Ciente de que paciência é uma virtude que não administro bem, procurei uma solução equilibrada. Em vez de deletar o app de vez, por via das dúvidas, para não correr o risco de perder boas oportunidades, apenas desativei o barulhinho e, às 8h, quando eu realmente acordo, eu dou aquela olhadinha básica, para checar o que tem de bom naquele dia. Vai que....

* Liliana Ciardi é Gestora de Comunicação e RP, professora e palestrante. 



2024, um ano de frustração anunciada

O povo brasileiro é otimista por natureza.

Autor: Samuel Hanan


Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves