Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Eleições limpas valorizam civismo

Eleições limpas valorizam civismo

02/09/2014 Ariovaldo Caodaglio

A votação direta e soberana para presidente da República e os demais cargos eletivos, uma conquista política e pacífica da população brasileira, é o momento maior da democracia.

É a oportunidade de discutir os problemas e outorgar as soluções àqueles políticos que mais se comprometam com os anseios da sociedade. Por tudo isso, os debates, a propaganda eleitoral no rádio e TV, os comícios, cartazes, “santinhos” e todo material promocional permitido por lei são legítimos para a interação entre eleitores e candidatos.

Em meio à grande festa democrática das eleições brasileiras, contudo, partidos, candidatos, cabos eleitorais, militantes e todo o eleitorado precisam adotar uma atitude cívica quanto à limpeza das cidades. O ótimo ambiente que se tem verificado nas eleições, de ordem, paz e exercício consciente do direito e do dever do voto, ainda não avançou no tocante ao meio ambiente urbano. No pleito de 2012, por exemplo, quando elegemos prefeitos e vereadores, as cidades foram sujas por milhões de “santinhos”, bottons, cartazes e outros materiais de campanha largados nas ruas e praças, além de saquinhos de papel e plástico, restos de comida e resíduos de diversos tipos.

Tudo muito incoerente com o espírito cívico que deve caracterizar uma eleição. Se avançamos no plano político desde a redemocratização, agora é preciso esse cuidado especial com o meio urbano. Sujar as ruas contraria os discursos de todos os políticos. Alguns deles defendem de modo fervoroso o meio ambiente e o fazem constar de suas plataformas programáticas. E o eleitor acredita! Tanto assim que os partidos com propostas voltadas à melhoria do ambiente urbano, que promovem a qualidade da vida, saíram vitoriosos nas urnas em 2012.

Segundo levantamento divulgado após as eleições municipais, algumas legendas que seguem essa linha dobraram o número de vereadores eleitos. Nomes conhecidos pela defesa da responsabilidade socioambiental obtiveram votações expressivas e figuraram na liderança dos votos. Com certeza, a questão ambiental e o desenvolvimento urbano também serão temas muito presentes nas eleições gerais deste ano. É mais uma oportunidade de demonstrar coerência, estimulando os cabos eleitorais, a militância e os eleitores a não jogarem papel e resíduos nas ruas, utilizarem lixeiras e deixarem as cidades limpas.

Espalhar nas calçadas e ruas milhões de “santinhos” e folhetos, em comícios e nos dias da votação, não interfere no resultado das eleições. Trata-se de imenso desperdício de papel e de um péssimo exemplo para as novas gerações. Nos dias de votação na cidade de São Paulo, em 2012, as empresas responsáveis pela limpeza urbana tiveram de montar operação extraordinária, e o volume de resíduos sólidos retirado das ruas foi três vezes maior do que a média diária.

Ou seja, o comportamento inadequado dos protagonistas das eleições — eleitores, candidatos, militantes e partidos — exigiu a mobilização de imenso contingente de trabalhadores agentes ambientais, turnos extras de trabalho ao planejado inicialmente e custos adicionais para o poder público. Este ano, quando os brasileiros irão às urnas pela sétima vez, desde a redemocratização, para eleger o presidente da República pelo voto direto, já é hora de todos demonstrarem responsabilidade e civismo também quanto à limpeza de suas cidades.

As eleições representam oportunidade de interferir na história, melhorar o país e solucionar problemas. Serão ainda melhores se todos contribuírem para que transcorram em cidades limpas.

*Ariovaldo Caodaglio, cientista social, biólogo, estatístico e pós-graduado em meio ambiente, é presidente do SELUR (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo).



Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O Pronto Atendimento e o desafio do acolhimento na saúde

O trabalho dentro de um hospital é complexo devido a diversas camadas de atendimento que são necessárias para abranger as necessidades de todos os pacientes.

Autor: José Arthur Brasil


Como melhorar a segurança na movimentação de cargas na construção civil?

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia do país e tem impacto direto na geração de empregos.

Autor: Fernando Fuertes


As restrições eleitorais contra uso da máquina pública

Estamos em contagem regressiva. As eleições municipais de 2024 ocorrerão no dia 6 de outubro, em todas as cidades do país.

Autor: Wilson Pedroso


Filosofia na calçada

As cidades do interior de Minas, e penso que de outros estados também, nos proporcionam oportunidades de conviver com as pessoas em muitas situações comuns que, no entanto, revelam suas características e personalidades.

Autor: Antônio Marcos Ferreira