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Fábrica de divindades messiânicas

Fábrica de divindades messiânicas

08/09/2014 Leonardo Corrêa

Mais uma vez estamos diante de uma campanha política calcada em divindades messiânicas.

Como sempre, o candidato que se apodera dessa fantasia – ou personagem – se apresenta como o símbolo máximo da mudança.

Mas, ora bolas, de que mudança se está falando? Mudança para melhor, para pior? Mudança ética? Mudança de regime político? Enfim, essa palavrinha ganhou um poder mágico e move nações. Aliás, é bom dizer que os marqueteiros políticos estão sem criatividade. Mudança foi o mote das campanhas de Lula no Brasil e de Obama nos Estados Unidos. Será que não há nada de novo?

Não seria possível fazer uma campanha em cima de valores, princípios e projetos? Cansa muito ver um povo decidir seu destino com base em palavrinhas de ordem. No momento, após o falecimento de Eduardo Campos, a candidata Marina Silva vem se apropriando dessa imagem messiânica. Todavia, essa nova “divindade” política já está botando “as asinhas de fora”. Aproveitando o momento, com frieza e intransigência, ela tomou as rédeas do PSB na marra.

Fez todas as imposições e já se afastou do projeto que vinha sendo conduzido pelo seu “viúvo político”. Mais um em sua trajetória. Aos que não se lembram, Marina sempre foi a eterna “viúva” de Chico Mendes. É importante destacar que Marina cercou-se de ex-petistas, afastando, por exemplo, Carlos Siqueira, Secretário-Geral do PSB e coordenador da campanha de Eduardo Campos. Ao que tudo indica, Marina conduziu uma verdadeira “tomada de controle hostil” no PSB.

Agora, meus caros, o partido é dela com poderes absolutos. Nossa Maria Antonieta às avessas não tem nada de frágil, como quer fazer crer. Ela é dura, intransigente e deseja o poder com o mesmo furor que o PT. Nenhuma surpresa. Afinal de contas, ela foi criada no seio do PT e ganhou força com a CUT do Acre. Noutros termos, ela foi moldada por um partido que exibe uma grande afinidade com o totalitarismo (ou bolivarianismo), tendo crescido pelas mãos do sindicalismo.

A mistura, como se vê, é explosiva. Não há, portanto, qualquer mudança na figura de Marina Silva. A candidata representa o pior do Brasil, que nos levou a perder diversas oportunidades de crescimento. É evidente que seu “modus operandi” será intervencionista e antidemocrático. Ora, se ela foi capaz de “colocar a faca no pescoço” do PSB logo após o trágico acidente que ceifou a vida de Eduardo Campos, o que não fará se alcançar a Presidência da República?

Na realidade, nenhum dos candidatos representa a mudança. Todos têm um passado comum. Nenhum veio de fora do meio político. Isso deve ficar claro. O único candidato que personifica uma alteração no quadro atual é o Tucano Aécio Neves. Bem ou mal, ele representa a luta pela estabilidade econômica e pelo respeito às instituições republicanas, dois pontos que o são sumariamente desprezados pelo partido que está no poder há três mandatos, e, claramente, não tem o menor intuito de “largar o osso”.

Além disso, Aécio teve a influência do avô, que, sem sombra de duvidas, foi um grande democrata e articulador político. Por fim, o Tucano representa uma ala mais moderna do PSDB, próximo à nova socialdemocracia europeia que deixou de lado o modelo excessivamente intervencionista, estatizante e protecionista. Durante o último Fórum da Liberdade, realizado em Porto Alegre, Aécio Neves foi enfático ao afirmar que “se o Estado não atrapalhar já ajuda muito”.

É disso que precisamos, mais liberdade para perseguir os nossos sonhos. Viver sob o manto do Estado protecionista nos amarra, nos limita e nos mortifica. Precisamos, novamente, por a casa em ordem, cuidar da inflação e estimular o relacionamento comercial com outros países. Sem isso, nada mais é possível pois o país estará condenado – certamente – a uma calamitosa recessão. Esse artigo não é terrorismo eleitoral, a crise já bate nossas portas. A farra de crédito criou estímulos sem sustentabilidade, gerando inflação e estagnação econômica.

O capital produtivo externo está fugindo do Brasil, as montadoras de veículos estão parando, e, o próximo passo, será o desemprego – que, aliás, vem sendo mascarado pelo Bolsa Família, posto que os seus beneficiários não entram nas estatísticas como desempregados. Quem está mais preparado e possui a melhor equipe para lidar com essa situação? Deixo a resposta ao leitor, que, certamente, terá o olhar crítico para compreender que “divindades messiânicas” não têm condições de adotar as medidas necessárias para colocar a nossa economia nos eixos, e, sem isso, o país para.

Como todos sabem, o Estado vive dos recursos criados pelo setor privado. É evidente, portanto, que a asfixia deste setor implica em menos recursos para as funções essenciais do Estado, dentre elas: saúde, educação, segurança e justiça. Vamos deixar que congelem o Brasil, ou vamos fazer o que está ao nosso alcance para viabilizar o crescimento? Esta, acredito, é a pergunta essencial que os eleitores devem fazer.

* Leonardo Corrêa é Advogado e Especialista do Instituto Liberal.



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