Filho:preocupação financeira começa antes do nascimento
Filho:preocupação financeira começa antes do nascimento
Ter ou não um filho é uma decisão que, cada vez mais, leva em conta a questão financeira.
A chegada de uma criança na família é uma alegria que exige um planejamento para garantir sua segurança em todas as etapas. Afinal, de acordo com cálculos da DSOP Educação Financeira, criar um filho do 0 aos 21 anos, para uma família com renda mensal de R$ 5 mil, fica em torno de R$ 400 mil.
Entre os principais gastos estão mobília do quarto, equipamentos (carrinho, banheira, etc.) enxoval, consultas médicas, exames, custos com o parto, fraldas, remédios, despesas com babá ou creche, educação, vestuário, presentes e festas em datas especiais, passeios, lazer, alimentação e saúde (assistência médica e odontológica), entre outros.
Enfim, ter um filho engloba muitos gastos, então é preciso garantir a realização de todas as etapas de sua vida com segurança. Para isso, recomendo que, com a antecedência de dois anos, já comece a guardar aproximadamente 25% do que se ganha para esse fim.
Para os que falam que isso não é possível, pode ter certeza que depois que a criança nascer isso terá que ser feito, assim, o melhor é se antecipar. Para quem não planejou, já teve ou terá um filho, o caminho é começar a adequar o seu padrão de vida a essa nova realidade e, por mais que os gastos pré-natais sejam pesados, buscar poupar parte do que ganha para criar uma reserva de emergência.
É fundamental ter em mente que sacrifícios devem ser feitos, mas que todos valerão a pena com a presença de mais um membro da família. Outro ponto primordial para os pais é planejar o futuro do filho e para tanto recomendo que comecem uma previdência privada para ele.
O pouco que se poupa hoje tende a se tornar muito quando o filho fizer 18 anos, já que os juros estarão trabalhando a seu favor. Para se ter ideia, se, quando a criança nascer, os pais começarem a poupar R$ 100 por mês (o que não é nenhum absurdo), em um tipo de investimento com rendimentos médios de 0,6% ao mês, com reajuste inflacionário de 10% ao ano, ao fim desse período terá garantido para o filho aproximadamente R$ 100 mil.
Um valor como esse possibilitará uma boa faculdade, pós-graduação e/ou uma viagem ao exterior. Assim, ter um filho é uma dádiva que a grande maioria das pessoas almeja e que, quando precedida por um planejamento financeiro, tende a acontecer com menor preocupação e maior aproveitamento dos momentos de alegria e realização.
* Reinaldo Domingos é doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Diário dos Sonhos e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.