Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Inovação no ensino é inspirar a inquietude

Inovação no ensino é inspirar a inquietude

04/05/2017 Carlos Sandrini

O repasse de conteúdo acadêmico é o axioma da maioria dos cursos de ensino superior no Brasil hoje.

Inovação no ensino é inspirar a inquietude

Costurar as palavras desse modo pode soar não apenas uma postura exorbitante, como também um pouco duvidosa.

O fato é que a imagem de alunos como seres passivos e professores como entidades máximas dentro de sala de aula é uma cena que vem sendo alvo de um processo de desconstrução - ao menos para as instituições preocupadas em inovar. Um rápido exercício deixa isso à mostra: pense em reduzir o tempo de conhecimento recebido de maneira passiva em sala.

Seria impossível não chegar à diminuição drástica da duração dos cursos a partir dessa percepção. Na contramão dessa estrutura formatada de ensino, o advento da internet convida, há séculos, as pessoas a desbravarem múltiplas fontes de conteúdo para saciar a sede de conhecimento.

Chega a ser injusto comparar tamanha diversidade de informações à bagagem que o professor pode transmitir durante a aula. Isso sem falar na possibilidade de acessar os dados sem restrições de tempo ou espaço. Engana-se quem pensa, porém, que a função do docente se torna dispensável diante disso.

Ao contrário, ela precisa ser revisitada para passar por reformulações constantes. Hoje, melhor designado como mentor, o professor deve, de uma vez por todas, abraçar a interatividade e a responsabilidade pelo aprendizado dos alunos. É dele a incumbência de criar um ambiente propício à evolução dos pupilos, os provocando a pensar criticamente em todos os aspectos. Os deixando inquietos.

Com isso, espera-se que o aluno vá para a aula preparado, com conteúdos já previamente assimilados. Na presença do professor e dos colegas, ele terá, então, a oportunidade de ir além, debatendo, tirando dúvidas e construindo projetos sobre os temas. O direcionamento partirá do mentor e, justamente por isso, são tão decisivas a atuação que ele possui no mercado e a relação que cultiva com a área que ministra.

Um campo de estudo que lança mão desse método há bastante tempo é o da saúde. Nos cursos de medicina, por exemplo, os alunos mergulham na prática desde os primeiros anos, sempre sob orientação de mestres atuantes. A pesquisa, por sua vez, fica a critério do aluno e é, por isso, desenvolvida além do período de aula, com ou sem o auxílio dos avanços digitais.

Atualmente, novas demandas profissionais surgem em uma rapidez sem precedentes e, atender a esses anseios com eficiência significa apostar não apenas em capacitações mais enxutas, mas que esbanjam, de fato, qualidade. Nesse momento a importância do papel dos mentores é, mais uma vez, retomada.

E o brilhantismo na área também corresponde à capacidade do docente extrair, de cada aluno, todo potencial a fim de prepara-lo para travar as batalhas que escolher. Vale lembrar que, sozinho, o professor pode até tentar inserir essa abordagem, mas a assertividade da tentativa fica a cargo da instituição, que precisa abarcar, em sua política, a inovação.

Por essas razões, até mesmo os perfis dos cursos ofertados no país têm mudado, com um destaque especial para os segmentos da hospitalidade e da economia criativa. É essa última área, por exemplo, que abrange o design, o cinema, a música, a fotografia, a gastronomia, as mídias digitais, o marketing e a publicidade, entre muitas outras.

É ela também a que mais emprega e remunera em todo o mundo, se revelando cada vez mais capaz de provocar transformações mais rápidas e positivas na sociedade. Não raro os cursos deste nicho exijam tanta rapidez, inovação, inspiração e inquietude de seus mentores, que precisam sempre se antecipar às tendências de mercado.

As mudanças não param de acontecer e nós precisamos sempre caminhar de mãos dadas com elas.

* Carlos Sandrini é especialista em educação.



2024, um ano de frustração anunciada

O povo brasileiro é otimista por natureza.

Autor: Samuel Hanan


Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves