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O apagão da telefonia móvel nos estádios

O apagão da telefonia móvel nos estádios

06/06/2014 Adriano Fachini

As vésperas do pontapé inicial do maior evento esportivo do mundo, estádios, aeroportos, bem como uma série de obras importantes de acesso ao evento, restam inacabadas.

Aliás, conta-se nos dedos os aeroportos e estádios 100% prontos, equipados e em condições de serviço. Não obstante as operadoras de telefonia móvel haverem tido tempo suficiente para se organizar para a Copa do Mundo de 2014, dois estádios - Arena Corinthians e Arena da Baixada - não cumpriram sequer as exigências da Fifa no que tange a disponibilidade de 4G nos estádios.

Com o intuito de minimizar a falta de serviço de dados das operadoras, foi implementado sistema Wi-Fi em apenas seis dos doze estádios que sediarão os jogos do evento. Ainda que tivéssemos internet 4G em todos os estádios, a maioria dos turistas estrangeiros não conseguiriam utilizar seus celulares, porque a faixa de frequência adotada na primeira fase do 4G, 2,5 Ghz, é divergente da maioria dos países da comunidade europeia, Estados Unidos e países asiáticos.

A faixa de frequência mais utilizada no mundo, a de 700 mhz, aqui tem licitação prevista para agosto próximo. Verdade seja dita, a Copa do Mundo atropelou o processo de evolução natural da telefonia móvel no Brasil. Em um país onde sequer o 3G foi implantado em quantidade e qualidade aceitáveis, falar de 4G soa como um escárnio à inteligência da maioria dos consumidores. Seja nas grandes, pequenas e médias cidades, ou nas áreas rurais, o sonho de consumo dos brasileiros ultimamente tem sido apenas falar ao telefone por alguns minutos sem cair a linha.

Seja como for, iniciamos a migração do 3G para o 4G concomitantemente com a migração do 2G para o 3G, que encontra-se ainda na metade do caminho. Diga-se de passagem, meio do caminho se considerarmos todo o Brasil. Em verdade, temos estados da Federação quase inteiros ainda com 2G, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste. Tais deficiências do sistema de telefonia móvel tem suas raízes na carência de infraestrutura de telecomunicações do Brasil.

A falta de backhaul e backbone (linhas de transmissão e distribuição de sinal de alta capacidade) em âmbito nacional, são os alicerces que necessitam ser construídos para que o Brasil possa de fato avançar no quesito telecomunicações efetivamente. Ressuscitada no final do governo Lula, essa era a missão da Telebrás. No entanto, tal obra de dimensão monumental, estimada em 125 bilhões de reais, jamais saiu do papel. Nesse ambiente de incertezas encontra-se em consulta pública o leilão da faixa de 700 mhz.

Estima-se que as operadoras paguem pelo acesso ao espectro de 6 a 15 bilhões de dólares. Ora, pagando-se esse valor antes de iniciar os investimentos em torres e equipamentos entre outros, qual empresa estrangeira se interessaria em participar do leilão? Como concorrer com as que já estão aqui em operação e já possuem receitas para bancar a expansão? Tal concurso de fatos desestimula a participação de novos players, fator essencial para que haja mais competição e melhor oferta de tarifas e serviços.

Enquanto o sistema de telefonia móvel for encarado como um mero instrumento de geração de caixa para o governo, continuaremos pagando as tarifas mais caras do mundo segundo, a UIT - União Internacional de Telecomunicações, em troca de um serviço de péssima qualidade.

*Adriano Fachini é empresário de telecomunicações e presidente da Aerbras - Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.



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