O clamor das ruas: caem as máscaras
O clamor das ruas: caem as máscaras
Nos últimos dias, a população brasileira assustou-se com os fatos acontecidos no campo político. A mobilização popular tem o poder de fazer cair a máscara e outras fantasias, desvelando a face nua da verdade.
Manifestações aparentemente autônomas – pelo menos enquanto não se provar ao contrário – ocorreram em vários Estados do país, exigindo melhores condições de vida para a população: melhor distribuição de renda (logo, melhores salários), saúde, emprego, moradia, transporte, combate à corrupção, enfim, cuidados e iniciativas capazes de melhorar o quadro geral de um país que espera por isso há muito tempo.
Chega de oportunismo, chega de carreirismo, chega de política praticada à sorrelfa, nos gabinetes do poder. O que se quer agora – e isso não foi, em muitos casos, verbalizado pela população, mas interpretado pelos analistas – é que se deixe de tratar o povo como mero objeto de políticas sacadas espertamente dos bolsos dos cidadão, para abrir espaço à sua atuação, na busca das justas aspirações que sempre as motivaram: melhor distribuição de renda, segurança, saúde e outros itens apregoados em todas as eleições, mas sistematicamente negados ao povo.
Governantes e legisladores que não seguiram esse caminho vâo descobrir que o povo deixou de respeitá-los, para construir seus próprios percursos, o que nem sempre, ou quase nunca, significa encontrar o caminho da paz e harmonia social.
Como outras cidades do país, Belo Horizonte se lembrará ainda por muito tempo das hordas humanas movendo-se para fazer seus protestos contra a situação a que chegaram.
Como só acontece nessas ocasiões, muitas máscaras caíram, entre elas as utilizadas por supostos líderes que sempre simularam uma adesão completa às bandeiras populares, mas jamais agiram, quando detinham o poder, de modo coerente com seu discurso repetitivo e insincero.
A mobilização popular tem o poder de fazer cair a máscara e outras fantasias, desvelando a face nua da verdade.
Há que aprender a lição e atender aos apelos dos cidadãos que, mesmo pecando muitas vezes pelos excessos, trouxeram à tona a sua ira contra o modo como as elites no poder tratam habitualmente o homem das ruas.