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O foco é o céu

O foco é o céu

17/12/2020 Hugo Henrique Amorim Batista

Na tarde de quatorze de dezembro de 2020, em meio a tantas adversidades que ocorreram ao longo desse ano, o céu nos presenteia com uma pequena amostra de sua dança cósmica, nos trazendo o resplandecer de um eclipse solar.

De tempos em tempos, eventos astronômicos ocorrem regularmente e podem (ou não) ser observados em diversas localidades no planeta.

Sendo assim, atualmente sabemos que a “dança celeste” realizada entre Sol, Terra e Lua nos trazem diversos elementos de pesquisa, como também visões fantásticas que podem ser observadas (e registradas) em diversas localidades do planeta.

Na fase nova, a Lua ao longo do seu processo de translação, em intervalos próximos de 28 dias, orbita o planeta Terra e, em algum momento desse deslocamento, ocorre o alinhamento.

Tais alinhamentos poderão ocorrer de duas formas: Sol, Terra e Lua, que ocorre então na Lua cheia, nos prestigia com o Eclipse Lunar, que pode ser observado em diversas localidades simultaneamente, mas o que pode ser visto na tarde de 14/12/2020, foi o alinhamento entre Sol, Lua e Terra, na fase nova da Lua, onde a sobra da Lua é projetada sobra a Terra, que é conhecido como Eclipse Solar.

A sua faixa de observação é muito mais restrita, comparada ao Eclipse Lunar e, na grande maioria das vezes, é observada parcialmente, com a Lua encobrindo parte do Sol, e não a sua totalidade.

Hoje, sabemos que é um fenômeno comum e que ocorre em intervalos regulares de tempo, mas dessa vez, o Sul do Brasil foi agraciado com a beleza de um eclipse parcial (a fase total ocorreu em solo argentino e chileno).

Basta registrar que o último eclipse solar que ocorreu na totalidade em solo paranaense foi em 03 de novembro de 1994, onde o Oeste do Estado foi a case de estudos de Astrônomos, Astrofísicos e Biólogos, onde belas imagens e estudos biológicos podem ser observados nesses momentos, como a forma em que as aves se deslocam para o aconchego do seu lar ou como os animais caçadores ficam mediante esses momentos.

Em solo brasileiro, o eclipse solar mais famoso ocorreu na cidade de Sobral, em 29 de maio de 1919, com duração máxima de 6 minutos e 51 segundos, mas que auxiliou para consolidar a veracidade da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, porém será que sempre tivemos a dimensão do que é um Eclipse Solar?

Na verdade, não. Em épocas remotas, não havia necessariamente previsões, e tais fenômenos eram associados a religiosidade local.

Por diversas vezes, ao longo da história, quando o Sol era encoberto pela Lua, era visto como um mau presságio, uma forma com a qual os deuses estavam mostrando o seu agrado/descontentamento com determinada civilização.

Conforme a civilização, associavam tal fenômenos celestes a uma abundância na produção de alimentos, a ciclos de muitas chuvas, a prosperidade da civilização e, diversos desses marcos, foram observados em diversas localidades do mundo.

A civilização Maia na América (com suas pirâmides com vértices nos pontos cardeais), as pirâmides egípcias na África (Quéops, Quéfren e Miquerinos, representação das “três marias” na Terra), Stonehenge na Inglaterra (Europa). Podemos perceber avanços sistemáticos nas civilizações com base em observações celestes.

O primeiro registro que temos de uma precisão e, respectivo, acerto quanto a um eclipse Solar, foi por Tales de Mileto, com data aproximada de 585 a.C.

Ele apresentou elementos que deram uma consistência mais científica para o fenômeno, associando os objetos celestes: Sol, Lua e Terra.

Dessa forma, a movimentação astronômica foi, gradativamente, deixando de ser um fenômeno relacionado a religiosidade e foi ganhando elementos de natureza mais científica.

Com o passar do tempo, foi observado que a Lua, apesar de ter o mesmo tamanho angular que o Sol, na verdade é muito menor, mas parece ter o mesmo tamanho pela sua proximidade com o planeta Terra.

A primeira pessoa a realizar tal análise foi Hiparco, no ano 200 a.C. durante um eclipse total e, fazendo uso de seu conhecimento de Geometria, percebeu essa relação, a Lua é menor do que a Terra, porém está mais próxima e o Sol é muito maior, mas está muito mais longe.

Uma análise mais consistente apresentava que o Sol era algo entre 62 a 74 vezes maior do que a Lua, e que a sua distância em relação a Terra era algo entre 62 a 74 vezes a distância que a Lua estava do nosso planeta.

Seus dados não são muito precisos, devido a conceitos de precisão da trigonometria (associado as tábuas trigonométricas) associado à sua base de cálculo.

O seu empenho foi tão intenso na área da Astronomia que até hoje, Hiparco é considerado como uma das mentes mais brilhantes da Grécia antiga em relação ao tema Sol-Terra-Lua.

Atualmente, temos uma precisão maior de dados com o mecanismo de Anticítera (conhecido como o primeiro computador do mundo).

Tal instrumento foi encontrado no Mar Mediterrâneo e era de alta complexidade e de grande precisão astronômica, o que fez com que a contribuição do mundo antigo fosse ainda maior para os parâmetros científicos atuais. Atualmente, a base de dados é ampla e, em muitos casos, unificada.

Telescópios terrestres e espaciais nos trazem dados e informações inimagináveis até alguns anos atrás, mas hoje a Astronomia possui mais dados de acesso comum e, tais fenômenos, como pode ser observado em 14/12/2020, ainda encantam diversas gerações com o seu belo esplendor visual.

* Hugo Henrique Amorim Batista é tutor do curso de Bacharelado e Licenciatura em Física do Centro Universitário Internacional Uninter.

Fonte: Página 1 Comunicação



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