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Saiba como não entrar em desespero com as oscilações do mercado financeiro

Saiba como não entrar em desespero com as oscilações do mercado financeiro

02/04/2020 Marcelus Lima

A história demostra que crises passam e acabam beneficiando aqueles que mantêm a racionalidade no lugar da emoção.

A crise desencadeada pela Covid-19 tem mexido com todos os mercados ao redor do mundo de forma muito intensa. A volatilidade vista nas últimas semanas, já é mais acentuada do que a da última crise financeira, ocorrida em 2008. O cenário de aversão à riscos tem derrubado as bolsas mundiais e depreciado as moedas emergentes.

O noticiário é turbulento e bastante nebuloso. Acrescenta-se ao cenário, a chamada “guerra de preços”, causada pelo desalinhamento entre as Organizações dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia, que culminou no aumento da produção de petróleo e, consequentemente, impactou o preço da commodity, que caiu 35% no último mês. O resultado disso tudo foi a elevação da volatilidade no mercado financeiro e uma boa dose de desespero, por parte não só dos investidores, mas de grande parte da população.

É fundamental nestes momentos, analisar detalhadamente a conjuntura atual, ao mesmo tempo em que olhamos para o retrovisor. Os eventos de crise registrados na história acabam sendo um padrão comparativo em cenários como o atual.

O contexto vigente é desafiador. As projeções de PIB’s vêm sendo revisadas para baixo em função da paralisação de vários setores. No caso do Brasil, vários governos estaduais e municipais vêm adotando medidas de fechamento total (lock down) de diversos setores para tentarem conter o avanço do vírus. O que acaba gerando um impacto econômico.

Neste cenário, os olhares se voltam para os governos e bancos centrais de diversas economias, que têm se mobilizado para tomar atitudes que auxiliem uma recuperação mais rápida, o que contribui muito positivamente para o mercado financeiro, trazendo alívio para o setor.

Para muitos, olhar para um mercado extremamente volúvel como o atual, causa desespero e pânico, mas a realidade é que essa volatilidade pode trazer grandes oportunidades para quem tem apetite por riscos e não tem necessidade de liquidez no curto prazo.

Existe uma regra de ouro que deve ser considerada no mercado financeiro: volatilidade é igual a risco para quem precisa de liquidez! Liquidez é a capacidade de se ter o recurso financeiro de imediato – um exemplo de ativo com liquidez é a poupança –. Ou seja, se você utiliza o seu recurso de liquidez, a chamada “reserva de emergência”, para investir em um mercado mais volátil, como o de renda variável por exemplo, o seu dinheiro se torna refém das oscilações. Estas que no curto prazo, podem ser positivas, ou, em um momento como o atual, bastante negativas. O que acontece é que acabam surgindo necessidades e o resgate desse tipo de recurso se torna inevitável, fazendo com que você acumule grandes prejuízos.

Já para o investidor que não necessita do recurso imediatamente, possui uma visão de longo prazo e uma carteira diversificada, a volatilidade dos mercados acaba gerando grandes oportunidades de comprar ativos bem mais baratos do que antes.

Quando olhamos para os indicadores de fluxo de negociação dos contratos futuros do Índice Bovespa (IBOV), é possível perceber, nas últimas semanas, que enquanto grande parte dos investidores brasileiros vende os seus ativos por causa do desespero, um outro número significativo de investidores internacionais aproveita para comprar, agora com preços considerados mais atrativos.

Atualmente, analisando a história, nos últimos 20 anos foram 19 ocasiões em que a bolsa brasileira teve queda média de 27,5%. Em cenários de recessões econômicas globais, a queda média foi de 52%, como ocorridos em 2001 e 2008.

Em comparação com 2008, por exemplo, a chamada “crise do subprime” foi um intenso colapso financeiro desencadeado pela concessão de empréstimos hipotecários de alto risco, que acabou levando inúmeros bancos a falência. Ou seja, empresas, bancos e pessoas físicas quebraram e demoraram um bom tempo para sair da insolvência.

Naquela época, os bancos centrais demoraram a agir, cenário que é muito diferente do atual, pois, apesar da crise ter se instaurado em tempo recorde, os bancos centrais e órgãos responsáveis têm se demonstrado ágeis, tomando medidas afim de aliviar as tensões.

Uma visão de longo prazo aliada a uma contextualização sobre outras crises vividas no passado são combustíveis para trazer um pouco mais de alívio em meio as incertezas. A história demostra que crises passam e acabam beneficiando aqueles que mantêm a racionalidade no lugar da emoção.

Texto: Marcelus Lima, sócio fundador da Atrio Investimentos

Fonte: Naves Coelho Comunicação



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