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Slow medicine: o poder da humanização no atendimento ao paciente

Slow medicine: o poder da humanização no atendimento ao paciente

26/08/2020 Marco Aurélio de Campos Silva

Quem nunca passou pela experiência de ir a uma rápida consulta na qual o médico prescreve diversos medicamentos e não resolve o seu problema?

Esse é apenas um exemplo de que a relação médico-paciente precisa ser mais explorada para trazer resultados mais efetivos, proporcionando maior qualidade de vida ao paciente.

Idealizado na Itália, o Slow Medicine tem esse propósito de dar mais atenção ao paciente como um todo, contrariando o atendimento mecânico e muitas vezes invasivo e agressivo que ocorre na medicina.

No Slow Medicine, a abordagem nunca é unidimensional. O cuidado é particularizado, justo, apropriado, ocorre a individualidade em lugar da generalidade.

O paciente deve ser o foco da atenção e seu ponto de vista e seus valores são fundamentais.

Esse movimento resgata a condição antiga do médico como “pai das famílias” com maior presença na casa das pessoas entendendo a doença e o contexto da doença.

Na área de ortopedia é comum receber pacientes que desconhecem o nome do médico responsável pela sua cirurgia, ou do hospital que o procedimento foi realizado, ou simplesmente não conseguem explicar qual é o seu problema.

De fato, a área de ortopedia é muito objetiva, sobretudo quando ocorre fraturas, onde muitas das vezes a cirurgia é inevitável.

Mas no caso de uma consulta eletiva, atender o paciente no automático, pedindo diversos exames para descobrir a origem da doença, não é a forma mais eficaz para a sua cura.

O objetivo não é desafiar as mais avançadas técnicas de exames e cirurgias, mas usar a tecnologia de forma parcimoniosa, examinando o paciente de forma integral antes de pedir exame.

O Slow Medicine também prioriza o tempo e sua atenção ao paciente para ouvir, entender, refletir, consultar e, por fim, tomar decisões mais equilibradas.

À medida que o médico entende o contexto que o paciente vive e o impacto que a doença tem na vida dele é possível escolher de forma compartilhada qual é o melhor tratamento que melhore a sua qualidade de vida.

Por exemplo: há necessidade de cirurgia ou não? E quais as consequências da cirurgia para a vida dele?

Se está com problema no joelho, é possível evitar uma cirurgia, que coloca sua vida em risco, orientando tratamentos específicos de acordo com a história de vida dele?

Esse compartilhamento de informações ajuda tanto o médico a descobrir um tratamento mais efetivo ao mesmo tempo em que traz mais tranquilidade ao paciente que entende todo o processo de raciocínio médico, eliminando fontes de ansiedade.

Por exemplo, se a obesidade é o maior problema desse paciente, chegando a impactar o joelho, e o médico observa que a família toda é obesa, talvez uma reeducação alimentar juntamente com uma atividade física possa fazer toda diferença.

Entender a dificuldade do paciente é fundamental. Se ele precisar de fisioterapia, existe uma soma de fatores que devem ser levados em consideração sobre a sua vida na hora de fazer essa orientação, como facilidade para deslocamento, a própria limitação da doença e flexibilização de horário.

Analisando esses pontos, o correto seria pular todas essas etapas mecânicas e proporcionar uma fisioterapia em casa.

Portanto, no conceito da Slow Medicine o objetivo é buscar incansavelmente a humanização dos cuidados à saúde com tempo, empatia, focando sempre na saúde, e não na doença, abordando os cuidados, a prevenção de doenças e a manutenção da qualidade e da acessibilidade dos cuidados.

Construímos, assim, uma relação de confiança entre as duas partes,  o que faz toda a diferença para o paciente.

* Marco Aurélio de Campos Silva é médico ortopedista, especialista em cirurgia do quadril, em reconstrução e alongamento ósseo.

Fonte: Case Comunicação Integrada



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