Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Sociedade civil e a defesa da democracia

Sociedade civil e a defesa da democracia

29/07/2022 Marcelo Aith

As últimas aparições e discursos do presidente da República vêm provocando uma nova onda de empresários, instituições e figuras públicas em defesa da democracia e do sistema eleitoral no Brasil.

As falas recentes de Jair Bolsonaro são de recrudescimento aos ataques as urnas eletrônicas, ao sistema de apuração de votos e também aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que indica uma ruptura entre os Poderes nos próximos meses, que serão os mais importantes para o futuro da nação.

Em seu discurso na oficialização de sua candidatura à reeleição pelo Partido Liberal (PL), Bolsonaro, ao convocar seus seguidores para irem às ruas no dia 7 de setembro, disse:

“Estes poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis é o poder Executivo e o poder Legislativo. Todos têm que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Interessa para todos nós. Não queremos o Brasil dominado por outra potência. O que nós queremos é paz e tranquilidade, respeito à Constituição”, completou o presidente.

Ou seja, deixando claro que o tom de ataques aos ministros do Supremo, que também compõem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), serão um dos principais pontos de sua campanha e de suas manifestações populares.

E neste cenário de tensão institucional, setores sensíveis da sociedade estão a observar os riscos concretos de ataque à democracia.

Alguns movimentos estão surgindo após as sistemáticas ameaças ao sistema eleitoral e a preservação da democracia.

O grande temor das entidades, dos juristas, dos empresários e das instituições é que esse discurso do presidente da República inflame seus seguidores para um possível golpe contra os resultados das eleições no final deste ano e também de futuros casos de violência e ameaças contra membros de outros Poderes.

Os movimentos pregam o Estado de Democrático de Direito. É justo que Bolsonaro tenha suas convicções e seja contrário a algumas decisões dos tribunais superiores e da Justiça Eleitoral.

É justo que Bolsonaro tenha dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro, mas isso não lhe dá a carta branca para ataca-lo sem provas materiais robustas sobre as supostas fraudes e falhas.

O próprio Bolsonaro foi eleito de forma democrática em 2018, com as mesmas urnas que hoje ele ataca. Assim, como seus adversários respeitaram há quatro anos atrás, chegou o momento do presidente respeitar a decisão do povo que será gerada através do voto.

Está chegando um momento em que esses ataques em sequência estão ficando intoleráveis e passam a incitar uma violência descontrolada, além da ruptura da ordem constitucional, que são a base da democracia no país. 

Vale destacar também que, como candidato oficial a um novo mandato, Bolsonaro poderá responder pelos seus atos e falas e poderá ser punido por um novo ataque, por exemplo, contra às urnas eletrônicas.

Assim, o presidente fica sujeito a multas, perda de tempo de TV e até, em último caso, à cassação do registro de sua candidatura.

Casos de abuso do poder econômico, abuso do poder de autoridade e utilização indevida dos meios de comunicação social cometidos durante sua campanha podem ser alvos de ações e investigações que podem culminar no fim de seu caminho para a reeleição.

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos e torcer que a manifestação do dia 7 de setembro não descambe para uma escalada descontrolada de violência.

* Marcelo Aith é advogado, latin legum magister (LL.M) em direito penal econômico pelo Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa – IDP.

Para mais informações sobre eleições clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada



2024, um ano de frustração anunciada

O povo brasileiro é otimista por natureza.

Autor: Samuel Hanan


Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves