Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Um vazio de lideranças

Um vazio de lideranças

20/05/2020 Wagner Siqueira

Qual o paradeiro dos líderes? Eles possivelmente estão por perto, mas nós não os enxergamos.

Torna-se difícil identificá-los, na medida em que sua autoridade e autonomia se acham cada vez mais tolhidas por forças sobre as quais eles exercem pouco ou nenhum controle. Esta é uma constatação dramática de um problema nacional que ameaça transformar-se em catástrofe para o País.

Os escândalos de todos os dias, amplamente trombeteados pela imprensa, têm gravitado em torno de duas questões centrais, vitais para o nosso cotidiano: a corrupção generalizada - governamental e empresarial - e o vazio de lideranças.

A falência moral do establishment e do mundo corporativo, tanto no setor público quanto no de negócios, está a exigir um gigantesco esforço de recuperação, que somente será viável se as instituições públicas e empresariais contarem não só com gerentes ou executivos, mas com líderes dispostos a assumirem os destinos da sociedade.

É preciso o levantar de trincheiras concretas em defesa da regeneração do pensar e das atitudes, dos comportamentos e das ações de governo, dos Poderes da República, das empresas, das Ongs e das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), de organizações pias, de benemerência e religiosas, enfim, de todas as organizações, e, simultaneamente, destacar e exaltar as referências de lideranças autênticas para a construção de um novo tempo.

Embora os motivos tenham diferentes intensidades, profundidades e focos, os líderes estão escasseando em nosso País, para não dizer em todo o mundo.

A liberdade de que a liderança necessita como espaço vital de ação é cada vez menos compatível com os condicionamentos impostos às funções de um alto dirigente, tanto na área governamental quanto na empresarial.

Falo da liberdade responsável. Não falo dos déspotas, dos autocratas, dos libertinos e dos corruptos. São exatamente eles, cujo único objetivo é o poder pelo poder, o poder sobre e a despeito de qualquer compromisso com o bem comum, que comprovam a rarefação dos líderes.

Os autocratas afloram e vicejam, medram e “pedram” no poder exatamente porque há um vazio de liderança.

Raramente alguém tenta mudar a direção, a natureza, o caráter ou a cultura, a missão de suas organizações. As lideranças brasileiras são pródigas em dicotomizar o dizer e o fazer, para muito falar e pouco agir.

São incapazes de perceber além do trivial, do imediato, do paroquial e do provinciano. Podem até mudar, mas não inovar; aperfeiçoar o passado, mas não modelar o futuro. Pensam no amanhã com os olhos no retrovisor do ontem.

Os líderes de verdade raramente sobrevivem nas organizações castradoras da sociedade atual. Por isso, nossas organizações são repletas de executivos, mas vazias de líderes.

Por isso, sucumbem dóceis ao autoritarismo do “quem manda sou eu”, de qualquer audaz prepotente. Logo passam a servi-lo, quando não a endeusá-lo.

Isto acarreta um enorme risco ao desenvolvimento de organizações e sociedades dinâmicas, menos pelo líder autoritário considerado isoladamente, mas pela doutrinação ideológica que o sustenta e das massas de seguidores que o apoiam. Líderes assim só entendem “o poder sobre”; não conseguem perceber “o poder com”.

É por isso que o verdadeiro líder se sente mais empoderado ainda num contexto de líderes e não numa curriola de abúlicos.

O líder medíocre percebe o poder como algo finito, como um bolo que, à medida em que for repartido, somente poderá diminuir.

Por isso, fundamentalmente por isso, tantos dirigentes de topo nas organizações públicas e privadas são medíocres; e tantos medíocres são executivos no mundo das organizações e no universo da sociedade.

* Wagner Siqueira é Administrador atuante, com uma longa trajetória de trabalho dedicado à profissão, e filho de Belmiro Siqueira, Patrono da profissão no Brasil.

Fonte: Agência Drumond



2024, um ano de frustração anunciada

O povo brasileiro é otimista por natureza.

Autor: Samuel Hanan


Há algo de muito errado nas finanças do Governo Federal

O Brasil atingiu, segundo os jornais da semana passada, cifra superior a um trilhão de reais da dívida pública (R$ 1.000.000.000.000,00).

Autor: Ives Gandra da Silva Martins


O mal-estar da favelização

Ao olharmos a linha histórica das favelas no Brasil, uma série de fatores raciais, econômicos e sociais deve ser analisada.

Autor: Marcelo Barbosa


Teatro de Fantoches

E se alguém te dissesse que tudo aquilo em que você acredita não passa de uma mentira que te gravaram na cabeça? E que o método de gravação é a criação permanente de imagens e de histórias fantásticas?

Autor: Marco Antonio Spinelli


Esquerda ou direita?

O ano de 2020 passou, mas deixou fortes marcas no viver dos seres humanos.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


O investimento público brasileiro e a estruturação social inclusiva

O investimento público desempenha um papel crucial no desenvolvimento de uma nação.

Autor: André Naves


Eleições 2024: o que vem pela frente

Em outubro de 2024, os brasileiros retornarão às urnas, desta vez para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores de seus municípios.

Autor: Wilson Pedroso


Seja um líder que sabe escutar

Uma questão que vejo em muitas empresas e que os líderes não se atentam é sobre a importância de saber escutar seus colaboradores.

Autor: Leonardo Chucrute


Refugiados, ontem e hoje

A palavra “refugiados” vem da palavra fugir.

Autor: Solly Andy Segenreich


A solidão do outro lado do mundo

Quem já morou no exterior sabe que a vida lá fora tem seus desafios.

Autor: João Filipe da Mata


Um lamento pelo empobrecimento da ética política

Os recentes embates, físicos e verbais, entre parlamentares nas dependências da Câmara Federal nos mostram muito sobre o que a política não deve ser.

Autor: Wilson Pedroso


Governar com economia e sem aumentar impostos

Depois de alguns tiros no pé, como as duas Medidas Provisórias que o presidente editou com o objetivo de revogar ou inviabilizar leis aprovadas pelo Congresso Nacional - que foram devolvidas sem tramitação - o governo admite promover o enxugamento de gastos.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves