Voluntários, de várias denominações religiosas, se unem com um único propósito: dar suporte espiritual a pacientes com câncer e seus acompanhantes, familiares e funcionários.

Concebido como estratégia em novembro 2007 e implantado no ano de 2009 no Instituto Nacional do Câncer, o Núcleo de Apoio Voluntário Espiritual – N.A.V.E. – tem como princípio respeitar as individualidades, promover o acolhimento, consolar, renovar as esperanças, o equilíbrio e a força daqueles que enfrentam o câncer, dos seus familiares, amigos e profissionais cuidadores.

O médico responsável, Dr. José Adalberto F. Oliveira, ressalta que o apoio enfatiza o suporte espiritual, não tem a finalidade de conversão e a atenção religiosa só é realizada quando solicitada pelo paciente.

Visando a continuidade desse trabalho, o NAVE desenvolveu um procedimento de seleção e preparação dos voluntários, bem como uma metodologia capaz de demonstrar, estatisticamente, os benefícios da espiritualidade no tratamento do câncer. E ainda oferece eventos gratuitos como seminários e jornadas, tendo como tema central a espiritualidade e a saúde.

Segundo dados do Núcleo, os resultados são animadores: o número de visitas aos leitos saltou de 1.092 em 2010 para mais de 6.700 em 2013! O mais interessante é que quanto mais visitas recebem, menos dor os pacientes sentem, mais sentimentos positivos expressam e menor é o índice de sofrimento. “Aqueles que recebem apoio espiritual permanecem menos tempo internados”, comemora Dr. José Adalberto. Esperança, confiança e fé são os sentimentos mais observados pelos voluntários.

Acompanhando uma tendência mundial, diversos hospitais no Brasil oferecem apoio espiritual como uma ferramenta durante o tratamento. Pesquisas indicam que a espiritualidade influencia positivamente a saúde, a recuperação e a qualidade de vida dos envolvidos.

Uma das primeiras pesquisadoras sobre o papel da espiritualidade na saúde, Mary Baker Eddy, afirma que “o Amor sustenta o coração em luta”. O poder do Amor divino é onipotente, capaz de romper as amarras mentais e destruir a doença.

Esse apoio voluntário desperta o senso espiritual do paciente e o fortalece. Por isso, minimiza o sofrimento, reduz o estresse e a ansiedade. Assim, é mais fácil para o paciente abrir seu pensamento para o Amor que elimina o medo, deixa a saúde perceptível e traz tranquilidade e preparo para enfrentar bem a situação.

* Andrea Cabral é jornalista e atua como Comitê de Publicação da Ciência Cristã.